quarta-feira, 18 de junho de 2008

Transtorno bipolar

É um distúrbio caracterizado pela alternância de humor, que surge, em geral, no fim da adolescência ou no início da vida adulta. O paciente intercala períodos de extrema euforia, outros de grande depressão e fases de normalidade. Com o passar dos anos, os episódios passam a ter intervalos cada vez menores. Há ainda casos em que o indivíduo apresenta apenas um episódio durante toda a vida. A principal característica da bipolaridade, presente nos momentos de euforia, é a elevação espontânea do humor. O professor de Psiquiatria e Bioquímica da PUC-RS dr. Diogo Lara informa que o indivíduo fica com muita energia, confiança e sensação de poder, podendo cometer excessos em compras ou em busca de prazer. “O pensamento acelera e a pessoa fica expansiva, desinibida e às vezes irritável, agressiva ou prepotente. Essa alteração do humor pode chegar a extremos de grande exposição a riscos”. O especialista alerta que muitos cometem atos impulsivos e inconseqüentes. Existem alguns que não percebem que tal comportamento é decorrente de uma alteração de humor. “Fases depressivas, em geral com excesso de sono, também são comuns e se alternam com outras de humor exaltado”.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
É muito difícil para o paciente perceber sozinho que seus períodos de excitação e euforia são uma alteração. Eles só procuram tratamento em fases depressivas, ou chegam a emergências psiquiátricas por fases eufóricas intensas. Segundo dr. Diogo, nos pacientes com bipolaridade leve, a confusão para o diagnóstico é ainda maior. “A predominância de euforias leves pode ser diagnosticada como déficit de atenção e hiperatividade. O uso de medicação sem orientação médica também dificulta a identificação do problema”. Quando o paciente procura auxílio médico especializado e o diagnóstico é confirmado, o tratamento é indicado apenas se a alteração do humor prejudica de forma objetiva ou subjetiva. “Os remédios são eficazes, chamam estabilizadores de humor. Os mais modernos são eficazes para os dois pólos do transtorno, outros funcionam melhor nas fases depressivas, embora não se tratem de antidepressivos”. O tratamento não deve ser interrompido, salvo por orientação médica. Por esse motivo, o especialista alerta sobre a importância da participação não apenas do paciente, mas também de seus familiares. “É relevante que todos conheçam bem as características do transtorno para controlá-lo melhor e para que o tratamento não seja interrompido, o que fatalmente levará a novos episódios de euforia e depressão”.
Fonte: www.jornaldimensao.com.br/?id=26&ed=480

Transtorno afetivo bipolar

O que é?
O transtorno afetivo bipolar era denominado até bem pouco tempo de psicose maníaco-depressiva. Esse nome foi abandonado principalmente porque este transtorno não apresenta necessariamente sintomas psicóticos, na verdade, na maioria das vezes esses sintomas não aparecem. Os transtornos afetivos não estão com sua classificação terminada. Provavelmente nos próximos anos surgirão novos subtipos de transtornos afetivos, melhorando a precisão dos diagnósticos. Por enquanto basta-nos compreender o que vem a ser o transtorno bipolar. Com a mudança de nome esse transtorno deixou de ser considerado uma perturbação psicótica para ser considerado uma perturbação afetiva. A alternância de estados depressivos com maníacos é a tônica dessa patologia. Muitas vezes o diagnóstico correto só será feito depois de muitos anos. Uma pessoa que tenha uma fase depressiva, receba o diagnóstico de depressão e dez anos depois apresente um episódio maníaco tem na verdade o transtorno bipolar, mas até que a mania surgisse não era possível conhecer diagnóstico verdadeiro. O termo mania é popularmente entendido como tendência a fazer várias vezes a mesma coisa. Mania em psiquiatria significa um estado exaltado de humor que será descrito mais detalhadamente adiante. A depressão do transtorno bipolar é igual a depressão recorrente que só se apresenta como depressão, mas uma
Características
O início desse transtorno geralmente se dá em torno dos 20 a 30 anos de idade, mas pode começar mesmo após os 70 anos. O início pode ser tanto pela fase depressiva como pela fase maníaca, iniciando gradualmente ao longo de semanas, meses ou abruptamente em poucos dias, já com sintomas psicóticos o que muitas vezes confunde com síndromes psicóticas. Além dos quadros depressivos e maníacos, há também os quadros mistos (sintomas depressivos simultâneos aos maníacos) o que muitas vezes confunde os médicos retardando o diagnóstico da fase em atividade.
Tipos
Aceita-se a divisão do transtorno afetivo bipolar em dois tipos: o tipo I e o tipo II.
O tipo I é a forma clássica em que o paciente apresenta os episódios de mania alternados com os depressivos. As fases maníacas não precisam necessariamente ser seguidas por fases depressivas, nem as depressivas por maníacas. Na prática observa-se muito mais uma tendência dos pacientes a fazerem várias crises de um tipo e poucas do outro, há pacientes bipolares que nunca fizeram fases depressivas e há deprimidos que só tiveram uma fase maníaca enquanto as depressivas foram numerosas.
O tipo II caracteriza-se por não apresentar episódios de mania, mas de hipomania com depressão. Outros tipos foram propostos por Akiskal, mas não ganharam ampla aceitação pela comunidade psiquiátrica. Akiskal enumerou seis tipos de distúrbios bipolares.
Fase maníaca
Tipicamente leva uma a duas semanas para começar e quando não tratado pode durar meses. O estado de humor está elevado podendo isso significar uma alegria contagiante ou uma irritação agressiva. Junto a essa elevação encontram-se alguns outros sintomas como elevação da auto-estima, sentimentos de grandiosidade podendo chegar a manifestação delirante de grandeza considerando-se uma pessoa especial, dotada de poderes e capacidades únicas como telepáticas por exemplo. Aumento da atividade motora apresentando grande vigor físico e apesar disso com uma diminuição da necessidade de sono. O paciente apresenta uma forte pressão para falar ininterruptamente, as idéias correm rapidamente a ponto de não concluir o que começou e ficar sempre emendando uma idéia não concluída em outra sucessivamente: a isto denominamos fuga-de-idéias.. O paciente apresenta uma elevação da percepção de estímulos externos levando-o a distrair-se constantemente com pequenos ou insignificantes acontecimentos alheios à conversa em andamento. Aumento do interesse e da atividade sexual. Perda da consciência a respeito de sua própria condição patológica, tornando-se uma pessoa socialmente inconveniente ou insuportável. Envolvimento em atividades potencialmente perigosas sem manifestar preocupação com isso. Podem surgir sintomas psicóticos típicos da esquizofrenia o que não significa uma mudança de diagnóstico, mas mostra um quadro mais grave quando isso acontece.
Fase depressiva
É de certa forma o oposto da fase maníaca, o humor está depressivo, a auto-estima em baixa com sentimentos de inferioridade, a capacidade física esta comprometida, pois a sensação de cansaço é constante. As idéias fluem com lentidão e dificuldade, a atenção é difícil de ser mantida e o interesse pelas coisas em geral é perdido bem como o prazer na realização daquilo que antes era agradável. Nessa fase o sono também está diminuído, mas ao contrário da fase maníaca, não é um sono que satisfaça ou descanse, uma vez que o paciente acorda indisposto. Quando não tratada a fase maníaca pode durar meses também.
Exemplo de como um paciente se sente... Ele se sente bem, realmente bem..., na verdade quase invencível. Ele se sente como não tendo limites para suas capacidades e energia. Poderia até passar dias sem dormir. Ele está cheio de idéias, planos, conquistas e se sentiria muito frustrado se a incapacidade dos outros não o deixasse ir além. Ele mal consegue acabar de expressar uma idéia e já está falando de outra numa lista interminável de novos assuntos. Em alguns momentos ele se aborrece para valer, não se intimida com qualquer forma de cerceamento ou ameaça, não reconhece qualquer forma de autoridade ou posição superior a sua. Com a mesma rapidez com que se zanga, esquece o ocorrido negativo como se nunca tivesse acontecido nada. As coisas que antes não o interessava mais lhe causam agora prazer; mesmo as pessoas com quem não tinha bom relacionamento são para ele amistosas e bondosas.
Sintomas (maníacos):
Sentimento de estar no topo do mundo com um alegria e bem estar inabaláveis, nem mesmo más notícias, tragédias ou acontecimentos horríveis diretamente ligados ao paciente podem abalar o estado de humor. Nessa fase o paciente literalmente ri da própria desgraça. Sentimento de grandeza, o indivíduo imagina que é especial ou possui habilidades especiais, é capaz de considerar-se um escolhido por Deus, uma celebridade, um líder político. Inicialmente quando os sintomas ainda não se aprofundaram o paciente sente-se como se fosse ou pudesse ser uma grande personalidade; com o aprofundamento do quadro esta idéia torna-se uma convicção delirante. Sente-se invencível, acham que nada poderá detê-las.
Hiperatividade, os pacientes nessa fase não conseguem ficar parados, sentados por mais do que alguns minutos ou relaxar. O senso de perigo fica comprometido, e envolve-se em atividade que apresentam tanto risco para integridade física como patrimonial. O comportamento sexual fica excessivamente desinibido e mesmo promíscuo tendo numerosos parceiros num curto espaço de tempo. Os pensamentos correm de forma incontrolável para o próprio paciente, para quem olha de fora a grande confusão de idéias na verdade constitui-se na interrupção de temas antes de terem sido completados para iniciar outro que por sua vez também não é terminado e assim sucessivamente numa fuga de idéias. A maneira de falar geralmente se dá em tom de voz elevado, cantar é um gesto freqüente nesses pacientes. A necessidade de sono nessa fase é menor, com poucas horas o paciente se restabelece e fica durante todo o dia e quase toda a noite em hiperatividade. Mesmo estando alegre, explosões de raiva podem acontecer, geralmente provocadas por algum motivo externo, mas da mesma forma como aparece se desfaz.
A fase depressiva. Na fase depressiva ocorre o posto da fase maníaca, o paciente fica com sentimentos irrealistas de tristeza, desespero e auto-estima baixa. Não se interessa pelo que costumava gostar ou ter prazer, cansa-se à-toa, tem pouca energia para suas atividades habituais, também tem dificuldade para dormir, sente falta do sono e tende a permanecer na cama por várias horas. O começo do dia (a manhã) costuma ser a pior parte do dia para os deprimidos porque eles sabem que terão um longo dia pela frente. Apresenta dificuldade em concentrar-se no que faz e os pensamentos ficam inibidos, lentificados, faltam idéias ou demoram a ser compreendidas e assimiladas. Da mesma forma a memória também fica prejudicada. Os pensamentos costumam ser negativos, sempre em torno de morte ou doença. O apetite fica inibido e pode ter perda significativa de peso.
Generalidades: Entre uma fase e outra a pessoa pode ser normal, tendo uma vida como outra pessoa qualquer; outras pessoas podem apresentar leves sintomas entre as fases, não alcançando uma recuperação plena. Há também os pacientes, uma minoria, que não se recuperam, tornando-se incapazes de levar uma vida normal e independente.
A denominação "Transtorno Afetivo Bipolar é adequada?" Até certo ponto sim, mas o nome supõe que os pacientes tenham duas fases, mas nem sempre isso é observado. Há pacientes que só apresentam fases de mania, de exaltação do humor, e mesmo assim são diagnosticados como bipolares. O termo mania popularmente falando não se aplica a esse transtorno. Mania tecnicamente falando em psiquiatria significa apenas exaltação do humor, estado patológico de alegria e exaltação injustificada. O transtorno de personalidade, especialmente o borderline pode em alguns momentos se confundir com o transtorno afetivo bipolar. Essa diferenciação é essencial porque a conduta com esses transtornos é bastante diferente.
Qual a causa da doença?
A causa propriamente dita é desconhecida, mas há fatores que influenciam ou que precipitem seu surgimento como parentes que apresentem esse problema, traumas, incidentes ou acontecimentos fortes como mudanças, troca de emprego, fim de casamento, morte de pessoa querida. Em aproximadamente 80 a 90% dos casos os pacientes apresentam algum parente na família com transtorno bipolar.
Ref. Bibliograf: Liv 01 Liv 19 Liv 03 Liv 17 Liv 13 Psychiatry Research 2001; 103: 229-235Age of Onset of Bipolar II Derpessive Mixed StateFranco Benazzi
Fonte: www.psicosite.com.br/tra/hum/bipolar.htm

domingo, 15 de junho de 2008

Sinusite

Sintomas e recomendações

Sinusite é a inflamação das mucosas dos seios da face, região do crânio formada por cavidades ósseas ao redor do nariz, maçãs do rosto e olhos. Os seios da face dão ressonância à voz, aquecem o ar inspirado e diminuem o peso do crânio, o que facilita sua sustentação. São revestidos por uma mucosa semelhante à do nariz, rica em glândulas produtoras de muco e coberta por cílios dotados de movimentos vibráteis que conduzem o material estranho retido no muco para a parte posterior do nariz com a finalidade de eliminá-lo. O fluxo da secreção mucosa dos seios da face é permanente e imperceptível. Alterações anatômicas, que impedem a drenagem da secreção, e processos infecciosos ou alérgicos, que provocam inflamação das mucosas e facilitam a instalação de germes oportunistas, são fatores que predispõem à sinusite.
Sintomas
As sinusites podem ser divididas em agudas e crônicas.
Na sinusite aguda, costuma ocorrer dor de cabeça na área do seio da face mais comprometido (seio frontal, maxilar, etmoidal e esfenoidal). A dor pode ser forte, em pontada, pulsátil ou sensação de pressão ou peso na cabeça. Na grande maioria dos casos, surge obstrução nasal com presença de secreção amarela ou esverdeada, sanguinolenta, que dificulta a respiração. Febre, cansaço, coriza, tosse, dores musculares e perda de apetite costumam estar presentes.
Na sinusite crônica, os sintomas são os mesmos, porém variam muito de intensidade. A dor nos seios da face e a febre podem estar ausentes. A tosse costuma ser o sintoma preponderante. É geralmente noturna e aumenta de intensidade quando a pessoa se deita porque a secreção escorre pela parte posterior das fossas nasais e irrita as vias aéreas disparando o mecanismo de tosse. Acessos de tosse são particularmente freqüentes pela manhã, ao levantar, e diminuem de intensidade, chegando mesmo a desaparecer, no decorrer do dia.
Recomendações
O mais importante é diluir a secreção para que seja eliminada mais facilmente; Na vigência de gripes, resfriados e processos alérgicos que facilitem o aparecimento de sinusite, beba bastante líquido (pelo menos 2 litros de água por dia) e goteje de duas a três gotas de solução salina nas narinas, muitas vezes por dia. A solução salina pode ser preparada em casa. Para cada litro d`água fervida, acrescente uma colher de chá (09 gramas) de açúcar e outra de sal. Espere esfriar antes de pingá-la no nariz; Inalações com solução salina, soro fisiológico ou vapor de água quente ajudam a eliminar as secreções; Evite o ar condicionado. Além de ressecar as mucosas e dificultar a drenagem de secreção, pode disseminar agentes infecciosos (especialmente fungos) que contaminam os seios da face; Procure um médico se os sintomas persistirem. O tratamento inadequado da sinusite pode torná-la crônica.
Fonte: Drauzio Varella

sexta-feira, 30 de maio de 2008

DIABETES

Sintomas da diabetes


por Betsy A. Hornick e Eric Yarnell - traduzido por HowStuffWorks Brasil
2007 Publications International, Ltd. Um sintoma comum de
diabetes é uma sede excessivaAproximadamente 6.2 milhões de pessoas nos Estados Unidos têm diabetes mas não sabem. Como é possível que tantas pessoas não saibam que têm diabetes? Bem, às vezes não existem sintomas até que a doença progrida e esse é, freqüentemente, o caso da diabetes tipo 2. Outras vezes, os sintomas não despertam nenhuma atenção porque não parecem ser tão sérios. Os sinais clássicos da diabetes são sede excessiva e vontade freqüente de urinar, a ponto de fazer o diabético acordar várias vezes durante a noite. Esses dois sintomas, causados pela necessidade de se livrar do excesso de açúcar, são mais comuns na diabetes tipo 1 do que na diabetes tipo 2. Outros sinais da diabetes incluem fadiga, feridas e machucados que não curam devido ao fraco fluxo sangüíneo (principalmente nos pés e nas mãos), infecções do trato urinário e visão embaçada.Se você tem diabetes tipo 1 pode até perder peso porque a glicose não alcança as suas células. Isso geralmente não acontece com a diabetes tipo 2 porque existe sempre alguma insulina, ela apenas não é 100% efetiva, por causa da resistência à insulina causada pela obesidade. É por isso que os sintomas da diabetes tipo 2 são geralmente menos graves e mais facilmente ignorados. Alguém pode ser diabético há mais de cinco anos e não saber. É importante prestar atenção a esses sintomas. Embora eles não causem tanto incômodo, podem sinalizar sérias complicações futuras da diabetes. Obviamente, para obter informação mais precisa, você deve olhar os sintomas que são específicos para o seu tipo de diabetes.

sábado, 17 de maio de 2008

Doenças Auto-imunes

ESCLERODERMIA
O que é e por que acontece


Conhecida por transformar as pessoas em pedras, a esclerodermia, que vem das palavras gregas sklerosis (dureza) e derma (pele), literalmente significa pele dura. Trata-se de uma doença auto-imune rara e progressiva que provoca o crescimento anormal do tecido conjuntivo. Embora rara, é a mais mortal de todas as condições reumatológicas. Os dados epidemiológicos mais confiáveis sugerem que ela acomete entre 24 e 30 pessoas por milhão a cada ano, contou à SAÚDE! o professor James Seibold, do Programa de Esclerodermia da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Não se sabe a razão, mas os que sofrem da doença produzem uma quantidade exagerada de colágeno, a proteína do tecido conjuntivo responsável por estruturar e unir os diferentes tecidos do corpo. A superprodução dessa substância, comparável ao processo de formação das cicatrizes, não só leva ao enrijecimento da pele como pode afetar vasos sangüíneos e órgãos internos, como o coração, os pulmões e os rins. Embora as causas da doença não sejam conhecidas, suspeita-se que alguns fatores estejam ligados ao seu desenvolvimento. Por uma ação defeituosa do sistema imune, um grupo de células chamadas fibroblastos passaria a produzir uma grande quantidade de colágeno. A deposição excessiva da proteína levaria ao engrossamento e ao endurecimento do tecido conjuntivo dentro da pele e dos órgãos internos. Em circunstâncias normais, os fibroblastos são ativados pelo sistema de defesa em resposta a uma lesão para que para produzam uma cicatriz. Nas pessoas com esclerodermia, o tecido cicatricial é produzido sem razão aparente.
 

O papel dos genes

Não é um mal hereditário, mas acredita-se que haja uma predisposição genética. Algumas pesquisas sugerem que a exposição a determinados fatores ambientais, como infecções virais, e o contato com metais pesados e solventes orgânicos possa atuar como uma espécie de gatilho, disparando o aparecimento da moléstia. Outros estudos mostraram que mulheres entre o meio e o fim da idade fértil ou seja, de 30 a 55 anos são afetadas entre sete e doze vezes mais do que os homens. Por causa disso, desconfia-se que os hormônios femininos possam ter algum papel na doença, embora nada tenha sido provado até agora.



Como a esclerodermia se manifesta

Há dois tipos de esclerodermia: a localizada, mais comum em crianças, ataca apenas certas partes do corpo, e a sistêmica, que pode afetar todo o organismo, incluindo os órgãos internos. A esclerodermia localizada é classificada em dois sub-tipos: morféia e linear. A morféia, forma mais comum da enfermidade, caracteriza-se pelo aparecimento de placas avermelhadas na pele, que acabam por endurecer e mudar de cor. As nódoas, mais freqüentes no peito, costas e estômago, tornam-se esbranquiçadas no centro e violeta nas bordas. A morféia geralmente desaparece entre três e cinco anos, mas deixa no doente manchas escuras. Como o próprio nome indica, a esclerodermia linear caracteriza-se pelo aparecimento de áreas lineares de pele enrijecida. Os braços e as pernas costumam ser as regiões mais atingidas. Quando aparecem na testa ou no rosto, as estrias ganham o nome de golpe de sabre justamente por lembrarem o ferimento causado pela arma e podem levar à atrofia de parte da face. A esclerodermia sistêmica é mais comum em adultos e afeta órgãos internos e vasos sangüíneos de pequeno calibre, que tendem a estreitar-se e chegam, em alguns casos, a ficar inteiramente obstruídos. A forma sistêmica também é classificada em dois sub-tipos: o limitado e o difuso.

Onde e quem ela ataca

A esclerodermia afeta indivíduos de todas as raças, especialmente mulheres. O risco de desenvolver a doença é entre três e nove vezes maior entre o sexo feminino. A maioria dos casos atinge pessoas entre 30 e 55 anos. O modo limitado em geral se desenvolve gradualmente e agride apenas regiões “limitadas” da pele, como dedos, mãos, pernas e rosto. Pessoas acometidas pela forma limitada da doença apresentam um grupo de sintomas ao qual foi dado o nome de CREST (acrônimo em inglês para calcinose, Raynauld, esôfago, esclerodactilia e telangiectasia). A calcinose, acúmulo de sais de cálcio no tecido subcutâneo, não é exclusiva da esclerodermia e também pode aparecer em pessoas atingidas pelo lúpus e outras doenças do tecido conjuntivo, como a dermatomiosite. A calcinose normalmente aparece nos dedos, mãos e perto dos joelhos e dos cotovelos. Os depósitos de cálcio freqüentemente afloram na superfície da pele, formando úlceras bastante dolorosas. O fenômeno de Raynauld, que também não é exclusivo da esclerodermia, leva os pequenos vasos das mãos e dos pés a se contraírem em resposta ao frio ou ao estresse, fazendo com que essas áreas se tornem esbranquiçadas ou azuladas. Em casos mais graves, o tecido fica tão danificado que serve de porta de entrada para úlceras e gangrena. “A causa exata do fenômeno de Raynaud não é conhecida. O que se sabe é que há uma inter-relação entre o excesso de colágeno e a reatividade dos vasos sangüíneos”, relata José Carlos M. Szajubok, professor assistente de Reumatologia da Faculdade de Medicina do ABC. A disfunção do esôfago é resultado da perda de parte do movimento dos músculos lisos do órgão devido ao enrijecimento do tecido cartilaginoso. Com isso, os doentes passam a ter azia e dificuldade de deglutição. A esclerodactilia é o endurecimento da pele dos dedos, que leva os pacientes a terem dificuldade em diferentes graus de dobrá-los e esticá-los. Por fim, a telangiectasia é a formação de pontos vermelhos na superfície de pele, freqüentemente nos dedos, nas palmas, no rosto, nos lábios e na língua. A esclerodermia difusa surge repentinamente. O enrijecimento da pele costuma ter início nas mãos e se espalha rapidamente por outras regiões do corpo, especialmente os órgãos internos. A longo prazo, as pessoas acometidas pelo mal costumam desenvolver sérios problemas no coração, nos rins e nos pulmões.

Sintomas mais comuns

Eles variam muito, mas o principal sinal é o espessamento e o enrijecimento de diferentes regiões da pele. Outras manifestações incluem descoloração da pele, aparecimento de pintas vermelhas nas mãos, nos antebraços, no rosto e nos lábios (condição conhecida como telangiectasia), dor e perda de flexibilidade nas articulações, sensação de dormência nas extremidades, pele com aparência de marfim, arqueamento e endurecimento dos dedos, coceira na pele, alteração de cor na ponta dos dedos devido ao frio ou ao estresse (condição chamada Fenômeno de Raynaud), aparecimento de feridas em algumas regiões -- como no nó dos dedos e no cotovelo --, perda de peso, cansaço, dificuldade de engolir, azia e encurtamento da respiração. “Entender a esclerodermia ajudará a entender e tratar muitas outras doenças que compartilham com ela os mesmos sintomas. Isso inclui o fenômeno de Raynaud, a hipertensão pulmonar, as desordens crônicas do esôfago etc. A lista é bastante longa, mas inclui toda uma série de condições que levam à formação de tecido cicatricial por causa da super reatividade do sistema imune e da inflamação” , teoriza James Seibold.

O diagnóstico

O fato de alguns sintomas iniciais lembrarem o do lúpus e o da artrite, também doenças auto-imunes, aliado à grande diversidade de manifestações, dificulta o diagnóstico. Geralmente ele é feito por meio da análise da história clínica do paciente e exames físicos e laboratoriais, que ajudam a determinar a extensão e a severidade da doença, ou seja, quais partes do organismo foram afetadas e em que grau. O diagnóstico é mais rápido quando o paciente apresenta um também rápido espessamento da pele. Na maior parte das vezes, no entanto, ele pode demorar meses e até anos. Sinais como manchas espessadas na pele, aparecimento de depósito de cálcio abaixo dela e alteração nos capilares sob a base das unhas ajudam o médico a chegar a uma conclusão.

E surgem as complicações

A esclerodermia varia tanto de pessoa para pessoa que praticamente os pacientes têm a sua própria versão da doença. Embora em alguns casos ela possa pôr em risco a vida do paciente, boa parte consegue ter uma vida relativamente normal. As complicações dependem de qual região do corpo foi atacada e podem variar de leves a graves. Nas juntas, os problemas são parecidos com os da artrite -- surgem dor, vermelhidão, inflamação, perda da flexibilidade e até a deformidade. Quando ataca os dedos das mãos, a esclerodermia costuma limitar (em graus variáveis) a realização de tarefas cotidianas, como escovar os dentes e o cabelo, segurar uma xícara etc. As principais encrencas acontecem quando o alvo da doença é um órgão vital, como os rins, o coração e os pulmões. No caso dos rins, pode levar à hipertensão severa e até à falência do órgão. A esclerodermia às vezes causa hipertensão e fibrose pulmonar, ou seja, a cicatrização e o endurecimento dos tecidos do órgão. Quando ataca o coração, chega a afetar o bombeamento de sangue e alterar o ritmo cardíaco, podendo causar a falência do órgão. Hipertensão pulmonar e crise renal são as causas de morte mais comuns. Geralmente a expectativa de vida gira em torno de doze anos a partir do diagnóstico, mas depende muito de que órgãos e em que grau foram afetados. “O envolvimento dos pulmões é a principal causa de morte entre os doentes. Pacientes cujos pulmões não foram atacados têm 75% de chance de viverem ao menos 20 anos”, explica Seibold. Um dos grandes problemas da doença é o enrijecimento da pele do rosto. É a dificuldade de aceitar a nova condição que mais atrapalha a vida daqueles que foram acometidos por ela. O medo de não se sentir atraente e ser rejeitado pelo companheiro ou companheira é uma das principais causas da baixa auto-estima entre os pacientes.

E dá-lhe (mais) encrencas

Noventa por cento das pessoas com esclerodermia apresentam o fenômeno de Raynaud. Para evitar o agravamento da condição e futuras complicações, os médicos recomendam não fumar. O tabaco leva à vasoconstrição, agravando ainda mais o problema. Nos casos mais severos, costuma-se indicar drogas que bloqueiam os canais de cálcio, que ajudam a retomar a circulação na região afetada. A articulação das mãos e de outras áreas do corpo pode enrijecer devido a inflamação e ao endurecimento da pele ao redor das juntas. Nesse caso, exercícios de alongamento são extremamente importantes para prevenir a perda do movimento. A atividade física, desde que feita sob orientação, ajuda a preservar a mobilidade das articulações afetadas. Antiinflamatórios contribuem para o alívio da dor e o combate a inflamações nessas áreas. O excesso de colágeno pode levar ao entupimento das glândulas sebáceas e sudoríparas, fazendo com que a pele fique extremamente seca. Os médicos aconselham o uso de loções e cremes hidratantes e de protetor solar antes de sair de casa. Banhos muito quentes, assim como contato com produtos de limpeza, devem ser evitados. Se isso for inevitável, recomenda-se o uso de luvas. A esclerodermia sistêmica pode afetar qualquer órgão do sistema digestivo. Boa parte das pessoas com a doença tem azia, dificuldade para engolir, sensação de saciedade precoce e outros problemas, como diarréia, constipação e gases. Os médicos sugerem aos pacientes que comam alimentos macios e úmidos, façam várias refeições ao dia, sempre mastigando bem, e que procurem ficar de pé depois das refeições para evitar o refluxo. Praticamente todas as pessoas com esclerodermia sistêmica terão alguma perda da função pulmonar. Alguns desenvolvem problemas mais sérios, como fibrose pulmonar e hipertensão pulmonar (alta pressão nas artérias que levam o sangue do coração aos pulmões). Nesses casos, costuma-se fazer uso de medicamentos específicos para tratar essas problemas. Recomenda-se também fazer testes de função pulmonar, especialmente nos estágios iniciais da doença. Eles podem ajudar a evitar complicações futuras. Problemas no coração, entre eles cardiomiopatia, arritmia e miocardite - uma inflamação do músculo cardíaco - são comuns em pessoas com esclerodermia. Dependendo da natureza do problema, o tratamento recomendado é a cirurgia.

Os tratamentos

Atualmente não existe nenhum tratamento que controle ou evite os problemas decorrentes da superprodução de colágeno. As terapias disponíveis servem apenas para aliviar os sintomas e limitar os danos. A esclerodermia é bastante específica, quer dizer, ela se manifesta de diferentes formas em cada paciente. Por isso nem todas as terapias funcionam da mesma forma. O médico é quem poderá indicar qual a melhor opção para cada um. Dependendo de que órgãos e sistemas foram afetados, os cuidados com a doença podem envolver uma série de especialistas. Normalmente a esclerodermia localizada é acompanhada por um dermatologista e a sistêmica, por um reumatologista. Entretanto, esses mesmos médicos podem recomendar a visita a um cardiologista, por exemplo, no caso de o coração ter sido afetado.
Fonte: Revista Saúde

domingo, 11 de maio de 2008

Dia das Mães


MINHA MÃE

Você foi aquela cujo coração pulsou em mim quando ainda nem forma definida tinha lá no recôndito de seu útero. Você foi quem me apresentou a melhor companhia, o canto, o riso ao adormecer e o amor ao acordar. Você estava comigo nos meus primeiros passos, me ajudou a me levantar quando caía e me ajudou a pisar firme nesse mundo de volubilidade e de turbulências mil, no qual me situo para enfrentar todas as suas vicissitudes, turbulências e fadigas. Se não fosse você lá atrás, que me deu as bases do equilíbrio contra a gravidade que para baixo tudo puxa, eu não seria eu, me teria perdido no meio do tudo.
Você me enxugou as lágrimas, beijou o lugar onde sentia dor, acalmou-me nas horas de medo e pavor, fez curativos nas minhas contusões quando caía e me ralava nas brincadeiras de criança, e confortou-me nas minhas perdas e decepções ao longo do meu crescimento e aprendizado com a vida. Você me ensinou a não só a ver os perigos da vida, mas também a beleza que há no universo em que vivo, não só a natureza, mas também nas pessoas enquanto pessoas. Há algumas existentes que ferem, mas a maioria são confiáveis e deleitáveis. Você me fez ver isso e a confiar na vida. O primeiro beijo que recebi foi o seu, o primeiro afago também foi o seu quando ainda nadava na piscina amniótica do seu útero sentia sua mão acariciar a parede do abdômen. Às vezes você ficava impaciente e irritada e eu não entendia direito o que estava acontecendo, mas hoje eu entendo que o fazer de uma vida é bastante complicado.
Foi você que me ensinou que as lágrimas são inevitáveis ao longo da vida, mas que no final das mesmas sempre aparece um arco-íris; me ensinou que o que torna bela a negritude da noite são as estrelas que nela brilham, e que não importam quantas nuvens apareçam, as estrelas sempre estão lá,e mesmo que não as enxergue elas são permanentes, as nuvens são sempre transitórias. Isso me mantém caminhando rumo ao permanente. Você ainda me ensinou o significado da bondade e também a ver como o amor transforma pequeninas coisas em maravilhas jamais sonhadas.
Além de tudo você me ensinou a andar sem temor onde só se escuta a voz do Espírito, Eu era ainda muito criança quando você começou a me mostrar a sublimidade de um rosto voltado para Deus... Eu não entendia direito, pois era muito complicado imaginar o Ser que é, mas não se vê; mas ao me ensinar a conversar com Ele em oração os meus olhos do espírito começaram a percebê-lo e se comunicar com Ele.
Pois é, foi você quem me apresentou a Ele como Senhor e Provedor de minha vida, de tal forma que, mesmo depois de você partir, eu nunca mais estarei só. Tudo isso devo a Você...
MINHA MÃE!

Edson Bispo Valeriano

quinta-feira, 1 de maio de 2008

A SAGA DO AUTISTA QUE ANIMOU SHOWS DO KISS

“A SAGA DO AUTISTA QUE ANIMOU O SHOW DO KISS”

Essa manchete encontra-se estampada na primeira página do CADERNO2 do jornal ‘O Estado de São Paulo’ de hoje, 01.05.2008. O autor da matéria, Antonio(sic) Gonçalves Filho, fala do norte-americano JOHN ELDER ROBINSON, portador da Síndrome de Asperger, que afeta a capacidade de sentir e externar afetos. Gonçalves Filho menciona o best seller nos EUA que Robinson escreveu, OLHE NOS MEUS OLHOS, e agora lançado no Brasil pela Editora Larousse (tradução de Júlio de Andrade Filho e Clene Soares,256 págs.,R$19,90).
Em entrevista ao Estado ontem, via telefone, Robinson revela as razões que o levaram a escrever o livro.” Conta que a decisão foi tomada após assistir ao filme de Ryan Murphy. Nesse filme, seu irmão gay Augusten (que assina o prefácio de seu livro) é entregue aos 12 anos à família de um excêntrico psiquiatra que cuida da mãe de ambos, Deirdre, uma poetisa bissexual e depressiva que enlouquece quando vai viver só num hotel, após o divórcio. Separado dela, o marido, um professor alcoólatra, passa a espancar ainda mais o filho mais velho – justamente o autor de ‘OLHE NOS MEUS OLHOS’. O título vem da frase que era repetida inutilmente pelo pai bêbado enquanto o garoto contemplava a pilha de garrafas vasias de vinho sob a mesa da cozinha.”
John Elder Robinson, “visto como psicótico pelos pais e os amiguinhos da escola, cresceu tímido e introvertido, certo de viraria um assassino serial por não olhar as pessoas nos olhos ou não conseguir se emocionar diante da tragédia alheia. Até ser reconhecida pela Organização Mundial de Saúde como uma espécie leve de autismo, em 1984, a Síndrome de Asperger era diagnosticada como doença mental. Mas não é bem assim, pois diante das novas descobertas consideram-se que renomados cientistas, tais como Eistein e o cineasta Stanley Kubrick, diz Gonçalves Filho, sofriam da mesma síndrome, cujos portadores são sempre pessoas com uma inteligência acima da média mas incapazes de manifestar emoções.”
As limitações não impediram Robinson de ser bem-sucedido na vida profissional. Em sua luta pela sobrevivência, começou concertando máquinas e instrumentos musicais em sua cidade, Amherst, Massachussets, EUA. Foi assim que conheceu Ace, o guitarrista da banda de rock KISS, que o convidou para cuidar dos efeitos pirotécnicos – sonoros e visuais – de seus shows.” Hoje, Robinson leva vida normal em sua cidade, perfeitamente integrado na sociedade, juntamente com mulher e filho, quem também supeita ser um “asperger”.Edson Valeriano

sábado, 19 de abril de 2008