sexta-feira, 30 de maio de 2008

DIABETES

Sintomas da diabetes


por Betsy A. Hornick e Eric Yarnell - traduzido por HowStuffWorks Brasil
2007 Publications International, Ltd. Um sintoma comum de
diabetes é uma sede excessivaAproximadamente 6.2 milhões de pessoas nos Estados Unidos têm diabetes mas não sabem. Como é possível que tantas pessoas não saibam que têm diabetes? Bem, às vezes não existem sintomas até que a doença progrida e esse é, freqüentemente, o caso da diabetes tipo 2. Outras vezes, os sintomas não despertam nenhuma atenção porque não parecem ser tão sérios. Os sinais clássicos da diabetes são sede excessiva e vontade freqüente de urinar, a ponto de fazer o diabético acordar várias vezes durante a noite. Esses dois sintomas, causados pela necessidade de se livrar do excesso de açúcar, são mais comuns na diabetes tipo 1 do que na diabetes tipo 2. Outros sinais da diabetes incluem fadiga, feridas e machucados que não curam devido ao fraco fluxo sangüíneo (principalmente nos pés e nas mãos), infecções do trato urinário e visão embaçada.Se você tem diabetes tipo 1 pode até perder peso porque a glicose não alcança as suas células. Isso geralmente não acontece com a diabetes tipo 2 porque existe sempre alguma insulina, ela apenas não é 100% efetiva, por causa da resistência à insulina causada pela obesidade. É por isso que os sintomas da diabetes tipo 2 são geralmente menos graves e mais facilmente ignorados. Alguém pode ser diabético há mais de cinco anos e não saber. É importante prestar atenção a esses sintomas. Embora eles não causem tanto incômodo, podem sinalizar sérias complicações futuras da diabetes. Obviamente, para obter informação mais precisa, você deve olhar os sintomas que são específicos para o seu tipo de diabetes.

sábado, 17 de maio de 2008

Doenças Auto-imunes

ESCLERODERMIA
O que é e por que acontece


Conhecida por transformar as pessoas em pedras, a esclerodermia, que vem das palavras gregas sklerosis (dureza) e derma (pele), literalmente significa pele dura. Trata-se de uma doença auto-imune rara e progressiva que provoca o crescimento anormal do tecido conjuntivo. Embora rara, é a mais mortal de todas as condições reumatológicas. Os dados epidemiológicos mais confiáveis sugerem que ela acomete entre 24 e 30 pessoas por milhão a cada ano, contou à SAÚDE! o professor James Seibold, do Programa de Esclerodermia da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Não se sabe a razão, mas os que sofrem da doença produzem uma quantidade exagerada de colágeno, a proteína do tecido conjuntivo responsável por estruturar e unir os diferentes tecidos do corpo. A superprodução dessa substância, comparável ao processo de formação das cicatrizes, não só leva ao enrijecimento da pele como pode afetar vasos sangüíneos e órgãos internos, como o coração, os pulmões e os rins. Embora as causas da doença não sejam conhecidas, suspeita-se que alguns fatores estejam ligados ao seu desenvolvimento. Por uma ação defeituosa do sistema imune, um grupo de células chamadas fibroblastos passaria a produzir uma grande quantidade de colágeno. A deposição excessiva da proteína levaria ao engrossamento e ao endurecimento do tecido conjuntivo dentro da pele e dos órgãos internos. Em circunstâncias normais, os fibroblastos são ativados pelo sistema de defesa em resposta a uma lesão para que para produzam uma cicatriz. Nas pessoas com esclerodermia, o tecido cicatricial é produzido sem razão aparente.
 

O papel dos genes

Não é um mal hereditário, mas acredita-se que haja uma predisposição genética. Algumas pesquisas sugerem que a exposição a determinados fatores ambientais, como infecções virais, e o contato com metais pesados e solventes orgânicos possa atuar como uma espécie de gatilho, disparando o aparecimento da moléstia. Outros estudos mostraram que mulheres entre o meio e o fim da idade fértil ou seja, de 30 a 55 anos são afetadas entre sete e doze vezes mais do que os homens. Por causa disso, desconfia-se que os hormônios femininos possam ter algum papel na doença, embora nada tenha sido provado até agora.



Como a esclerodermia se manifesta

Há dois tipos de esclerodermia: a localizada, mais comum em crianças, ataca apenas certas partes do corpo, e a sistêmica, que pode afetar todo o organismo, incluindo os órgãos internos. A esclerodermia localizada é classificada em dois sub-tipos: morféia e linear. A morféia, forma mais comum da enfermidade, caracteriza-se pelo aparecimento de placas avermelhadas na pele, que acabam por endurecer e mudar de cor. As nódoas, mais freqüentes no peito, costas e estômago, tornam-se esbranquiçadas no centro e violeta nas bordas. A morféia geralmente desaparece entre três e cinco anos, mas deixa no doente manchas escuras. Como o próprio nome indica, a esclerodermia linear caracteriza-se pelo aparecimento de áreas lineares de pele enrijecida. Os braços e as pernas costumam ser as regiões mais atingidas. Quando aparecem na testa ou no rosto, as estrias ganham o nome de golpe de sabre justamente por lembrarem o ferimento causado pela arma e podem levar à atrofia de parte da face. A esclerodermia sistêmica é mais comum em adultos e afeta órgãos internos e vasos sangüíneos de pequeno calibre, que tendem a estreitar-se e chegam, em alguns casos, a ficar inteiramente obstruídos. A forma sistêmica também é classificada em dois sub-tipos: o limitado e o difuso.

Onde e quem ela ataca

A esclerodermia afeta indivíduos de todas as raças, especialmente mulheres. O risco de desenvolver a doença é entre três e nove vezes maior entre o sexo feminino. A maioria dos casos atinge pessoas entre 30 e 55 anos. O modo limitado em geral se desenvolve gradualmente e agride apenas regiões “limitadas” da pele, como dedos, mãos, pernas e rosto. Pessoas acometidas pela forma limitada da doença apresentam um grupo de sintomas ao qual foi dado o nome de CREST (acrônimo em inglês para calcinose, Raynauld, esôfago, esclerodactilia e telangiectasia). A calcinose, acúmulo de sais de cálcio no tecido subcutâneo, não é exclusiva da esclerodermia e também pode aparecer em pessoas atingidas pelo lúpus e outras doenças do tecido conjuntivo, como a dermatomiosite. A calcinose normalmente aparece nos dedos, mãos e perto dos joelhos e dos cotovelos. Os depósitos de cálcio freqüentemente afloram na superfície da pele, formando úlceras bastante dolorosas. O fenômeno de Raynauld, que também não é exclusivo da esclerodermia, leva os pequenos vasos das mãos e dos pés a se contraírem em resposta ao frio ou ao estresse, fazendo com que essas áreas se tornem esbranquiçadas ou azuladas. Em casos mais graves, o tecido fica tão danificado que serve de porta de entrada para úlceras e gangrena. “A causa exata do fenômeno de Raynaud não é conhecida. O que se sabe é que há uma inter-relação entre o excesso de colágeno e a reatividade dos vasos sangüíneos”, relata José Carlos M. Szajubok, professor assistente de Reumatologia da Faculdade de Medicina do ABC. A disfunção do esôfago é resultado da perda de parte do movimento dos músculos lisos do órgão devido ao enrijecimento do tecido cartilaginoso. Com isso, os doentes passam a ter azia e dificuldade de deglutição. A esclerodactilia é o endurecimento da pele dos dedos, que leva os pacientes a terem dificuldade em diferentes graus de dobrá-los e esticá-los. Por fim, a telangiectasia é a formação de pontos vermelhos na superfície de pele, freqüentemente nos dedos, nas palmas, no rosto, nos lábios e na língua. A esclerodermia difusa surge repentinamente. O enrijecimento da pele costuma ter início nas mãos e se espalha rapidamente por outras regiões do corpo, especialmente os órgãos internos. A longo prazo, as pessoas acometidas pelo mal costumam desenvolver sérios problemas no coração, nos rins e nos pulmões.

Sintomas mais comuns

Eles variam muito, mas o principal sinal é o espessamento e o enrijecimento de diferentes regiões da pele. Outras manifestações incluem descoloração da pele, aparecimento de pintas vermelhas nas mãos, nos antebraços, no rosto e nos lábios (condição conhecida como telangiectasia), dor e perda de flexibilidade nas articulações, sensação de dormência nas extremidades, pele com aparência de marfim, arqueamento e endurecimento dos dedos, coceira na pele, alteração de cor na ponta dos dedos devido ao frio ou ao estresse (condição chamada Fenômeno de Raynaud), aparecimento de feridas em algumas regiões -- como no nó dos dedos e no cotovelo --, perda de peso, cansaço, dificuldade de engolir, azia e encurtamento da respiração. “Entender a esclerodermia ajudará a entender e tratar muitas outras doenças que compartilham com ela os mesmos sintomas. Isso inclui o fenômeno de Raynaud, a hipertensão pulmonar, as desordens crônicas do esôfago etc. A lista é bastante longa, mas inclui toda uma série de condições que levam à formação de tecido cicatricial por causa da super reatividade do sistema imune e da inflamação” , teoriza James Seibold.

O diagnóstico

O fato de alguns sintomas iniciais lembrarem o do lúpus e o da artrite, também doenças auto-imunes, aliado à grande diversidade de manifestações, dificulta o diagnóstico. Geralmente ele é feito por meio da análise da história clínica do paciente e exames físicos e laboratoriais, que ajudam a determinar a extensão e a severidade da doença, ou seja, quais partes do organismo foram afetadas e em que grau. O diagnóstico é mais rápido quando o paciente apresenta um também rápido espessamento da pele. Na maior parte das vezes, no entanto, ele pode demorar meses e até anos. Sinais como manchas espessadas na pele, aparecimento de depósito de cálcio abaixo dela e alteração nos capilares sob a base das unhas ajudam o médico a chegar a uma conclusão.

E surgem as complicações

A esclerodermia varia tanto de pessoa para pessoa que praticamente os pacientes têm a sua própria versão da doença. Embora em alguns casos ela possa pôr em risco a vida do paciente, boa parte consegue ter uma vida relativamente normal. As complicações dependem de qual região do corpo foi atacada e podem variar de leves a graves. Nas juntas, os problemas são parecidos com os da artrite -- surgem dor, vermelhidão, inflamação, perda da flexibilidade e até a deformidade. Quando ataca os dedos das mãos, a esclerodermia costuma limitar (em graus variáveis) a realização de tarefas cotidianas, como escovar os dentes e o cabelo, segurar uma xícara etc. As principais encrencas acontecem quando o alvo da doença é um órgão vital, como os rins, o coração e os pulmões. No caso dos rins, pode levar à hipertensão severa e até à falência do órgão. A esclerodermia às vezes causa hipertensão e fibrose pulmonar, ou seja, a cicatrização e o endurecimento dos tecidos do órgão. Quando ataca o coração, chega a afetar o bombeamento de sangue e alterar o ritmo cardíaco, podendo causar a falência do órgão. Hipertensão pulmonar e crise renal são as causas de morte mais comuns. Geralmente a expectativa de vida gira em torno de doze anos a partir do diagnóstico, mas depende muito de que órgãos e em que grau foram afetados. “O envolvimento dos pulmões é a principal causa de morte entre os doentes. Pacientes cujos pulmões não foram atacados têm 75% de chance de viverem ao menos 20 anos”, explica Seibold. Um dos grandes problemas da doença é o enrijecimento da pele do rosto. É a dificuldade de aceitar a nova condição que mais atrapalha a vida daqueles que foram acometidos por ela. O medo de não se sentir atraente e ser rejeitado pelo companheiro ou companheira é uma das principais causas da baixa auto-estima entre os pacientes.

E dá-lhe (mais) encrencas

Noventa por cento das pessoas com esclerodermia apresentam o fenômeno de Raynaud. Para evitar o agravamento da condição e futuras complicações, os médicos recomendam não fumar. O tabaco leva à vasoconstrição, agravando ainda mais o problema. Nos casos mais severos, costuma-se indicar drogas que bloqueiam os canais de cálcio, que ajudam a retomar a circulação na região afetada. A articulação das mãos e de outras áreas do corpo pode enrijecer devido a inflamação e ao endurecimento da pele ao redor das juntas. Nesse caso, exercícios de alongamento são extremamente importantes para prevenir a perda do movimento. A atividade física, desde que feita sob orientação, ajuda a preservar a mobilidade das articulações afetadas. Antiinflamatórios contribuem para o alívio da dor e o combate a inflamações nessas áreas. O excesso de colágeno pode levar ao entupimento das glândulas sebáceas e sudoríparas, fazendo com que a pele fique extremamente seca. Os médicos aconselham o uso de loções e cremes hidratantes e de protetor solar antes de sair de casa. Banhos muito quentes, assim como contato com produtos de limpeza, devem ser evitados. Se isso for inevitável, recomenda-se o uso de luvas. A esclerodermia sistêmica pode afetar qualquer órgão do sistema digestivo. Boa parte das pessoas com a doença tem azia, dificuldade para engolir, sensação de saciedade precoce e outros problemas, como diarréia, constipação e gases. Os médicos sugerem aos pacientes que comam alimentos macios e úmidos, façam várias refeições ao dia, sempre mastigando bem, e que procurem ficar de pé depois das refeições para evitar o refluxo. Praticamente todas as pessoas com esclerodermia sistêmica terão alguma perda da função pulmonar. Alguns desenvolvem problemas mais sérios, como fibrose pulmonar e hipertensão pulmonar (alta pressão nas artérias que levam o sangue do coração aos pulmões). Nesses casos, costuma-se fazer uso de medicamentos específicos para tratar essas problemas. Recomenda-se também fazer testes de função pulmonar, especialmente nos estágios iniciais da doença. Eles podem ajudar a evitar complicações futuras. Problemas no coração, entre eles cardiomiopatia, arritmia e miocardite - uma inflamação do músculo cardíaco - são comuns em pessoas com esclerodermia. Dependendo da natureza do problema, o tratamento recomendado é a cirurgia.

Os tratamentos

Atualmente não existe nenhum tratamento que controle ou evite os problemas decorrentes da superprodução de colágeno. As terapias disponíveis servem apenas para aliviar os sintomas e limitar os danos. A esclerodermia é bastante específica, quer dizer, ela se manifesta de diferentes formas em cada paciente. Por isso nem todas as terapias funcionam da mesma forma. O médico é quem poderá indicar qual a melhor opção para cada um. Dependendo de que órgãos e sistemas foram afetados, os cuidados com a doença podem envolver uma série de especialistas. Normalmente a esclerodermia localizada é acompanhada por um dermatologista e a sistêmica, por um reumatologista. Entretanto, esses mesmos médicos podem recomendar a visita a um cardiologista, por exemplo, no caso de o coração ter sido afetado.
Fonte: Revista Saúde

domingo, 11 de maio de 2008

Dia das Mães


MINHA MÃE

Você foi aquela cujo coração pulsou em mim quando ainda nem forma definida tinha lá no recôndito de seu útero. Você foi quem me apresentou a melhor companhia, o canto, o riso ao adormecer e o amor ao acordar. Você estava comigo nos meus primeiros passos, me ajudou a me levantar quando caía e me ajudou a pisar firme nesse mundo de volubilidade e de turbulências mil, no qual me situo para enfrentar todas as suas vicissitudes, turbulências e fadigas. Se não fosse você lá atrás, que me deu as bases do equilíbrio contra a gravidade que para baixo tudo puxa, eu não seria eu, me teria perdido no meio do tudo.
Você me enxugou as lágrimas, beijou o lugar onde sentia dor, acalmou-me nas horas de medo e pavor, fez curativos nas minhas contusões quando caía e me ralava nas brincadeiras de criança, e confortou-me nas minhas perdas e decepções ao longo do meu crescimento e aprendizado com a vida. Você me ensinou a não só a ver os perigos da vida, mas também a beleza que há no universo em que vivo, não só a natureza, mas também nas pessoas enquanto pessoas. Há algumas existentes que ferem, mas a maioria são confiáveis e deleitáveis. Você me fez ver isso e a confiar na vida. O primeiro beijo que recebi foi o seu, o primeiro afago também foi o seu quando ainda nadava na piscina amniótica do seu útero sentia sua mão acariciar a parede do abdômen. Às vezes você ficava impaciente e irritada e eu não entendia direito o que estava acontecendo, mas hoje eu entendo que o fazer de uma vida é bastante complicado.
Foi você que me ensinou que as lágrimas são inevitáveis ao longo da vida, mas que no final das mesmas sempre aparece um arco-íris; me ensinou que o que torna bela a negritude da noite são as estrelas que nela brilham, e que não importam quantas nuvens apareçam, as estrelas sempre estão lá,e mesmo que não as enxergue elas são permanentes, as nuvens são sempre transitórias. Isso me mantém caminhando rumo ao permanente. Você ainda me ensinou o significado da bondade e também a ver como o amor transforma pequeninas coisas em maravilhas jamais sonhadas.
Além de tudo você me ensinou a andar sem temor onde só se escuta a voz do Espírito, Eu era ainda muito criança quando você começou a me mostrar a sublimidade de um rosto voltado para Deus... Eu não entendia direito, pois era muito complicado imaginar o Ser que é, mas não se vê; mas ao me ensinar a conversar com Ele em oração os meus olhos do espírito começaram a percebê-lo e se comunicar com Ele.
Pois é, foi você quem me apresentou a Ele como Senhor e Provedor de minha vida, de tal forma que, mesmo depois de você partir, eu nunca mais estarei só. Tudo isso devo a Você...
MINHA MÃE!

Edson Bispo Valeriano

quinta-feira, 1 de maio de 2008

A SAGA DO AUTISTA QUE ANIMOU SHOWS DO KISS

“A SAGA DO AUTISTA QUE ANIMOU O SHOW DO KISS”

Essa manchete encontra-se estampada na primeira página do CADERNO2 do jornal ‘O Estado de São Paulo’ de hoje, 01.05.2008. O autor da matéria, Antonio(sic) Gonçalves Filho, fala do norte-americano JOHN ELDER ROBINSON, portador da Síndrome de Asperger, que afeta a capacidade de sentir e externar afetos. Gonçalves Filho menciona o best seller nos EUA que Robinson escreveu, OLHE NOS MEUS OLHOS, e agora lançado no Brasil pela Editora Larousse (tradução de Júlio de Andrade Filho e Clene Soares,256 págs.,R$19,90).
Em entrevista ao Estado ontem, via telefone, Robinson revela as razões que o levaram a escrever o livro.” Conta que a decisão foi tomada após assistir ao filme de Ryan Murphy. Nesse filme, seu irmão gay Augusten (que assina o prefácio de seu livro) é entregue aos 12 anos à família de um excêntrico psiquiatra que cuida da mãe de ambos, Deirdre, uma poetisa bissexual e depressiva que enlouquece quando vai viver só num hotel, após o divórcio. Separado dela, o marido, um professor alcoólatra, passa a espancar ainda mais o filho mais velho – justamente o autor de ‘OLHE NOS MEUS OLHOS’. O título vem da frase que era repetida inutilmente pelo pai bêbado enquanto o garoto contemplava a pilha de garrafas vasias de vinho sob a mesa da cozinha.”
John Elder Robinson, “visto como psicótico pelos pais e os amiguinhos da escola, cresceu tímido e introvertido, certo de viraria um assassino serial por não olhar as pessoas nos olhos ou não conseguir se emocionar diante da tragédia alheia. Até ser reconhecida pela Organização Mundial de Saúde como uma espécie leve de autismo, em 1984, a Síndrome de Asperger era diagnosticada como doença mental. Mas não é bem assim, pois diante das novas descobertas consideram-se que renomados cientistas, tais como Eistein e o cineasta Stanley Kubrick, diz Gonçalves Filho, sofriam da mesma síndrome, cujos portadores são sempre pessoas com uma inteligência acima da média mas incapazes de manifestar emoções.”
As limitações não impediram Robinson de ser bem-sucedido na vida profissional. Em sua luta pela sobrevivência, começou concertando máquinas e instrumentos musicais em sua cidade, Amherst, Massachussets, EUA. Foi assim que conheceu Ace, o guitarrista da banda de rock KISS, que o convidou para cuidar dos efeitos pirotécnicos – sonoros e visuais – de seus shows.” Hoje, Robinson leva vida normal em sua cidade, perfeitamente integrado na sociedade, juntamente com mulher e filho, quem também supeita ser um “asperger”.Edson Valeriano