sexta-feira, 12 de março de 2010

Nascimento de Um Blogger

Hoje, desenove de abril de dois mil e oito As doze horas e trinta e um minutos, na capital de São Paulo, Brasil, eu nasci das entranhas inconscientes de meu idealizador, Edson Bispo Valeriano, para ser porta, ser cama, ser casa, ser lar, ser colo, ser chuveiro, ser banheira, ser vaso sanitário onde se defeca se vomita e se faz xixi, ser irmão e irmã, ser pai ser mãe,ser professor e ser aluno, ser estrada, ser carro, ser navio, ser avião, ser meio em fim, para quem quer que seja, aqui coloque suas perguntas bem como suas possíveis respostas para as inquietantes questões pertinentes ao mistério da vida.

Não serei arma, não serei instrumento que vilipendie o ser humano, quer por cor da pele, religião, ou nível sócio-econômico-cultural; não serei instrumento que agrida ou destrua o meio ambiente, a fauna e a flora; não serei instrumento político ou ideológico.

Usem-me, mas não abusem, pois tenho um criador, um pai que me gerou que zela por mim!!!


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

LEPTOSPIROSE






- O que saber e o que fazer




1. O que é leptospirose?
É uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Leptospira presente na urina do rato.
2. Como se pega a leptospirose?
Em situações de enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama das enchentes. Qualquer pessoa que tiver contato com a água ou lama contaminadas poderá se infectar. A Leptospira penetra no corpo pela pele, principalmente se houver algum ferimento ou arranhão. Na época de seca, oferecem riscos à saúde humana o contato com água ou lama de esgoto, lagoas ou rios contaminados e terrenos baldios onde existem ratos. Portanto, deve -se evitar o contato com esses ambientes.

3. Quais os sintomas?
sintomas mais freqüentes são parecidos com os de outras doenças, como a gripe. Os principais são: febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, principalmente nas panturrilhas (batata-da-perna), podendo também ocorrer icterícia (coloração amarelada da pele e das mucosas). Nas formas mais graves são necessários cuidados especiais, inclusive internação hospitalar.

4. O que fazer ao manifestar esses sintomas?
Se você apresentar febre, dor de cabeça e dores no corpo, alguns dias depois de ter entrado em contato com as águas de enchente ou esgoto, procure imediatamente o Centro de Saúde mais próximo. Não se esqueça de contar ao médico o seu contato com água ou lama de enchente.
Somente o médico é capaz de diagnosticar e tratar corretamente a do ença. A leptospirose é uma doença curável, e o diagnóstico e o tratamento precoces são a melhor solução.

5. Quanto tempo demora para a doença aparecer?
Os primeiros sintomas podem aparecer de um a 30 dias depois do contato com a enchente. Na maior parte dos casos, aparece 7 a 14 dias após o contato.

6. Como é feito o tratamento da leptospirose?
O tratamento é baseado no uso de antibióticos, hidratação e suporte clínico, orientado sempre por um médico, de acordo com os sintomas apresentados. Os casos leves podem ser tratados em ambulatório, mas os casos graves precisam ser internados.

7. Como evitar a doença?
Evite o contato com água ou lama de enchentes e impeça que crianças nadem ou brinquem em ambientes que possam estar contaminados pela urina dos ratos. Pessoas que trabalham na limpeza de lamas, entulhos e desentupimento de esgoto devem usar botas e luvas de borracha (se isto for possível, usar sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés). Também são necessárias medidas ligadas ao meio ambiente, tais como o controle de roedores, obras de saneamento básico (abastecimento de água, lixo e esgoto) e melhorias nas habitações humanas.

8. E se o contato com água contaminada for inevitável, como proceder?
Neste caso, a única forma de reduzir riscos à saúde é permanecer o menor tempo possível em contato com essas águas. Se a enchente inundar as residências, após as águas baixarem será necessário lavar e desinfetar o chão, as paredes, os objetos caseiros e as roupas atingidas com água sanitária, na proporção de 4 xícaras de café deste produto para um balde de 20 litros de água. Depois, enxaguar o ambiente e objetos com água limpa. Todo alimento que teve contato com água contaminada deve ser jogado fora, pois pode transmitir doenças. Também é importante limpar e desinfetar a caixa d’água com uma solução de água sanitária, da seguinte forma:
a) Esvazie e lave a caixa d’água, esfregando bem as paredes e o fundo;
b) Após acabar de limpar, adicionar 1 litro de água sanitária para cada 1.000 litros de água no reservatório;
c) Depois, abra a entrada principal da água e encha a caixa d’água com água limpa; feche o registro após o enchimento da caixa;
d) Após 30 minutos, abra as torneiras por alguns segundos para que essa água misturada com água sanitária entre na tubulação;
e) Aguarde uma hora e trinta minutos para que se faça a desinfecção;
f) Abra novamente as torneiras, para drenar toda a água. A água que sai pelas torneiras pode servir para a limpeza de chão e paredes.
g) Encha novamente a caixa com água limpa.

9. Por quanto tempo a leptospira sobrevive no meio ambiente?
As leptospiras podem sobreviver no ambiente até semanas ou meses, dependendo das condições do ambiente (temperatura, umidade, lama ou águas de superfície). Porém, são bactérias sensíveis aos desinfetantes comuns e a determinadas condições ambientais. Elas são rapidamente mortas por desinfetantes, como o hipoclorito de sódio, presente na água sanitária, e quando expostas à luz solar direta.

10. É possível determinar se ás águas de córrego, lagoa ou represa estão contaminadas por leptospira?
Pode ser que animais infectados, principalmente ratos, tenham acesso a estas águas, contaminado-as regularmente com leptospiras. Desta forma, é impossível afirmar que estas águas estejam livres da bactéria. Se coletarmos uma amostra dessa água para análise, o resultado irá representar apenas aquele momento e aquele local. O resultado da análise sendo negativo, não significa que toda a área esteja livre da presença da bactéria. Em caso de dúvida, solicite orientação das autoridades sanitárias locais indagando sobre a ocorrência de casos humanos da doença nesses locais. Lembrar que nunca deve ser indicado o uso de desinfetantes em grandes coleções de água, pois além de não matarem as bactérias, contaminariam o ambiente e alterariam as condições ecológicas do local.

11. Se o contato com águas suspeitas já ocorreu, qual o risco da pessoa se contaminar?
Nesta situação, a contaminação da pessoa dependerá de alguns fatores, como a concentração de leptospiras na água, o tempo que a pessoa ficou em contato com a água e a possibilidade ou não da penetração da bactéria no corpo humano, entre outros fatores. Deve -se ficar atento por alguns dias e, se a pessoa adoecer, deve procurar o médico o mais breve possível, não esquecendo de relatar ter sido provavelmente exposto a contrair leptospirose.

12. Quais são as principais medidas para evitar ratos?
· Manter os alimentos armazenados em vasilhames tampados e à prova de roedores;
· Acondicionar o lixo em sacos plásticos em locais elevados do solo, colocando-o para coleta pouco antes do lixeiro passar;
· Caso existam animais no domicílio (cães, gatos e outros), retirar e lavar os vasilhames de alimento do animal todos os dias antes do anoitecer, pois ele também pode ser contaminado pela urina do rato;
· Manter limpos e desmatados os terrenos baldios;
· Jamais jogar lixo à beira de córregos, pois além de atrair roedores, o lixo dificulta o escoamento das águas, agravando o problema das enchentes;
· Grama e mato devem ser mantidos roçados, p ara evitar que sirvam de abrigo para os ratos;
· Fechar buracos de telhas, paredes e rodapés para evitar o ingresso dos ratos para dentro de sua casa;
· Manter as caixas d’água, ralos e vasos sanitários fechados com tampas pesadas;
· Lembre-se: uma vez instalados num determinado local, os ratos começam a se reproduzir, multiplicando-se rapidamente, o que dificulta o seu controle e aumenta o risco de transmitir doenças.

13. Porque o controle de roedores é importante para se diminuir o número de casos de leptospirose?
Porque os ratos são os principais transmissores da doença para o homem. Eliminam as leptospiras pela sua urina, contaminando o ambiente - água, solo e alimentos. Nas cidades, a aglomeração humana associada à alta infestação de ratos (principalment e ratazanas) e à grande quantidade de lixo tornam maior o risco de se pegar leptospirose. Controlar a população de ratos é a melhor forma de combater a doença. O controle de roedores deve ser feito o ano inteiro para que se obtenha resultados satisfatórios na diminuição de sua população.

14. Outros animais podem pegar a doença? Não há risco de transmissão para o homem por estes animais?
Outros animais são sensíveis à leptospira e podem se infectar, ficarem doentes e até mesmo morrer de leptospirose. Bois , porcos, cães, cavalos e cabras, dentre outros, podem sofrer a doença e também transmiti-la ao homem, porém em menor escala do que os ratos.

15. Se os animais domésticos também podem transmitir a doença, o que fazer para evitar a contaminação por esta forma?
Os animais domésticos quando são infectados, eliminam a bactéria através da urina assim como acontece com os ratos; portanto, deve-se tomar especiais cuidados, evitando-se o contato direto ou indireto com suas excretas (principalmente a urina, no cas o da leptospirose). Os locais onde os animais permanecem e urinam devem ser higienizados diariamente, utilizando-se luvas e botas para proteção das mãos e pés, evitando o contato com a urina desses animais.

16. Quais são os sintomas da leptospirose nos cães?
Os cães podem se infectar e eliminar a bactéria pela urina, mas nem sempre manifestam sintomas da doença. Estes variam desde falta de apetite, fraqueza, febre, vômitos, diarréia a icterícia e hemorragias, podendo levar o animal à morte. Portanto, sempre que o cão adoecer, deve-se procurar assistência veterinária.

17. Qualquer pessoa pode ter a doença?
Sim, qualquer pessoa pode pegar leptospirose. Tem-se observado que a maior freqüência de casos acontece em indivíduos do sexo masculino, na faixa de 20 a 35 anos, provavelmente pela maior exposição a situações de risco, quer seja em casa, quer seja no trabalho.

18. Uma pessoa com leptospirose transmite a doença para outra pessoa?
Não, a leptospirose não é contagiosa. Não há transmissão de uma pessoa para outra. É transmitida entre os animais e dos animais para o homem, sempre pelo contato da urina do animal com a pele do homem.

19. Existe o risco da pessoa contrair leptospirose bebendo líquido em latinhas de refrigerantes, sucos, cerveja ou água?
Apesar da transmissão ocorrer principalmente pela penetração da leptospira através da pele ou mucosas, já foi descrita pela ingestão de água ou alimentos contaminados com a urina de ratos, ainda que raramente. Se for ingerida, a leptospira morre ao entrar em contato com o suco gástrico. A possibilidade da pessoa se infectar bebendo em latinhas contaminadas com a urina de ratos é teoricamente possível, se houver uma ferida na boca, que possa permitir a entrada da leptospira no organismo pela circulação sangüínea. Apesar desse risco teórico, até o momento não foram comprovados casos de transmissão de leptospirose por latinhas de cerveja, refrigerantes ou outras bebidas envasadas. De qualquer modo, é essencial que se lave bem com água limpa qualquer latinha ou recipiente antes de ser levado à boca, para não se correr o risco de contaminação por algum tipo de bactéria. Este hábito de higienização não deve isentar os comerciantes de verificarem as condições de armazenamento de seus estoques, das condições de acondicionamento de seu lixo e de manter implantado um sistema de controle de roedores em todas suas instalações.

20. Existe vacina contra a leptospirose?
No Brasil não existe nenhuma vacina contra a leptospirose para seres humanos. Existem vacinas somente para uso em animais, como cães, bovinos e suínos. Esses animais devem ser vacinados todos os anos para ficarem livres do risco de contrair a doença e diminuir o risco de transmiti-la ao homem.

21. Qual é o papel do Ministério da Saúde no controle da leptospirose?
O Ministério da Saúde, por intermédio da Secretaria de Vigilância em Saúde/SVS, elabora normas, coordena, assessora e supervisiona as ações de vigilância e controle da doença, que são desenvolvidas em todo o país pelas secretarias estaduais e municipais de saúde. Para desenvolver este papel, a SVS elabora e distribui material técnico e educativo, e capacita técnicos de estados e municípios para executarem ações de forma mais efetiva. A SVS também estuda os dados da doença registrados em todo o país, e se mantém vigilante para a ocorrência de casos e surtos de leptospirose, a todo momento.

22. O que os municípios devem fazer para prevenir a ocorrência da leptospirose na população?
Os municípios devem implementar ações integradas com os setores de Obras, Saneamento, Agricultura, Habitação e Educação, de forma a reduzir ou eliminar as condições para a proliferação dos roedores. Além disso, as secretarias estaduais e municipais de saúde são responsáveis pelo atendimento e tratamento de doentes e pela vigilância de casos de leptospirose em humanos, bem como pelo controle de roedores em vias e logradouros públicos e áreas onde a leptospirose ocorre.

23. O que a população deve fazer para ajudar a prevenir a ocorrência da leptospirose?
A população tem a sua parcela de responsabilidade na prevenção da doença. Ela pode e deve procurar manter o ambiente impróprio para a instalação de roedores, conforme já foi descrito, e utilizar-se de medidas de proteção individual, quando se expuser a situações de risco.

24. Onde podem ser obtidas mais informações sobre a leptospirose?
Procure a Secretaria Estadual de Saúde, o Centro de Controle de Zoonoses ou a Secretaria Municipal de Saúde de sua cidade.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

AUTISTA,COMO ENTENDER UM

Dez coisas que toda criança com autismo gostaria que você soubesse.
Por Ellen Nottohm
(tradução livre de Jacira Melchior de Souza)
1) Antes de tudo eu sou uma criança.
Eu tenho autismo. Eu não sou somente "Autista". O meu autismo é só um aspecto do meu caráter. Não me define como pessoa. Você é uma pessoa com pensamentos, sentimentos e talentos. Ou você é somente gordo, magro, alto, baixo, míope. Talvez estas sejam algumas coisas que eu perceba quando conhecer você, mas isso não é necessariamente o que você é. Sendo um adulto, você tem algum controle de como se auto-define. Se quer excluir uma característica, pode se expressar de maneira diferente. Sendo criança eu ainda estou descobrindo. Nem você ou eu podemos saber do que eu sou capaz. Definir-me somente por uma característica, acaba-se correndo o risco de manter expectativas que serão pequenas para mim. E se eu sinto que você acha que não posso fazer algo, a minha resposta naturalmente será: Para que tentar?
2)A minha percepção sensorial é desordenada.
Interação sensorial pode ser o aspecto mais difícil para se compreender o autismo. Quer dizer que sentidos ordinários como audição, olfato, paladar, toque, sensações que passam desapercebidas no seu dia a dia podem ser doloridas para mim. O ambiente em que eu vivo pode ser hostil para mim. Eu posso parecer distraído ou em outro planeta, mas eu só estou tentando me defender. Vou explicar o porquê uma simples ida ao mercado pode ser um inferno para mim: a minha audição pode ser muito sensível. Muitas pessoas podem estar falando ao mesmo tempo, música, anúncios, barulho da caixa registradora, celulares tocando, crianças chorando, pessoas tossindo, luzes fluorescentes. O meu cérebro não pode assimilar todas estas informações, provocando em mim uma perda de controle. O meu olfato pode ser muito sensível. O peixe que está à venda na peixaria não está fresco. A pessoa que está perto pode não ter tomado banho hoje. O bebê ao lado pode estar com uma fralda suja. O chão pode ter sido limpo com amônia. Eu não consigo separar os cheiros e começo a passar mal. Porque o meu sentido principal é o visual. Então, a visão pode ser o primeiro sentido a ser super-estimulado. A luz fluorescente não é somente muito brilhante, ela pisca e pode fazer um barulho. O quarto parece pulsar e isso machuca os meus olhos. Esta pulsação da luz cobre tudo e distorce o que estou vendo. O espaço parece estar sempre mudando. Eu vejo um brilho na janela, são muitas coisas para que eu consiga me concentrar. O ventilador, as pessoas andando de um lado para o outro... Tudo isso afeta os meus sentidos e agora eu não sei onde o meu corpo está neste espaço.
3) Por favor, lembre de distinguir entre não poder (eu não quero fazer) e eu não posso (eu não consigo fazer)
Receber e expressar a linguagem e vocabulário pode ser muito difícil para mim. Não é que eu não escute as frases. É que eu não te compreendo. Quando você me chama do outro lado do quarto, isto é o que eu escuto "BBBFFFZZZZSWERSRTDSRDTYFDYT João". Ao invés disso, venha falar comigo diretamente com um vocabulário simples: "João, por favor, coloque o seu livro na estante. Está na hora de almoçar". Isso me diz o que você quer que eu faça e o que vai acontecer depois. Assim é mais fácil para compreender.
4) Eu sou um "pensador concreto" (CONCRETE THINKER). O meu pensamento é concreto, não consigo fazer abstrações.
Eu interpreto muito pouco o sentido oculto das palavras. É muito confuso para mim quando você diz "não enche o saco", quando o que você quer dizer é "não me aborreça". Não diga que "isso é moleza, é mamão com açúcar" quando não há nenhum a mamão com açúcar por perto e o que você quer dizer é que isso e algo fácil de fazer. Gírias, piadas, duplas intenções, paráfrases, indiretas, sarcasmo eu não compreendo.
5)Por favor, tenha paciência com o meu vocabulário limitado.
Dizer o que eu preciso é muito difícil para mim, quando não sei as palavras para descrever o que sinto. Posso estar com fome, frustrado, com medo e confuso, mas agora estas palavras estão além da minha capacidade, do que eu possa expressar. Por isso, preste atenção na linguagem do meu corpo (retração, agitação ou outros sinais de que algo está errado).
Por um outro lado, posso parecer como um pequeno professor ou um artista de cinema dizendo palavras acima da minha capacidade na minha idade. Na verdade, são palavras que eu memorizei do mundo ao meu redor para compensar a minha deficiência na linguagem. Por que eu sei exatamente o que é esperado de mim como resposta quando alguém fala comigo. As palavras difíceis que de vez em quando falo podem vir de livros, TV, ou até mesmo serem palavras de outras pessoas. Isto é chamado de ECOLALIA. Não preciso compreender o contexto das palavras que estou usando. Eu só sei que devo dizer alguma coisa.
6)Eu sou muito orientado visualmente porque a linguagem é muito difícil para mim.
Por favor, me mostre como fazer alguma coisa ao invés de simplesmente me dizer. E, por favor, esteja preparado para me mostrar muitas vezes. Repetições consistentes me ajudam a aprender. Um esquema visual me ajuda durante o dia-a-dia. Alivia-me do stress de ter que lembrar o que vai acontecer. Ajuda-me a ter uma transição mais fácil entre uma atividade e outra. Ajuda-me a controlar o tempo, as minhas atividades e alcançar as suas expectativas. Eu não vou perder a necessidade de ter um esquema visual por estar crescendo. Mas o meu nível de representação pode mudar. Antes que eu possa ler, preciso de um esquema visual com fotografias ou desenhos simples. Com o meu crescimento, uma combinação de palavras e fotos pode ajudar mais tarde a conhecer as palavras.
7)Por favor, preste atenção e diga o que eu posso fazer ao invés de só dizer o que eu não posso fazer.
Como qualquer outro ser humano não posso aprender em um ambiente onde sempre me sinta inútil, que há algo errado comigo e que preciso de "CONSERTO". Para que tentar fazer alguma coisa nova quando sei que vou ser criticado? Construtivamente ou não é uma coisa que vou evitar. Procure o meu potencial e você vai encontrar muitos! Terei mais que uma maneira para fazer as coisas.
8)Por favor, me ajude com interações sociais.
Pode parecer que não quero brincar com as outras crianças no parque, mas algumas vezes simplesmente não sei como começar uma conversa ou entrar na brincadeira. Se você pode encorajar outras crianças a me convidarem a jogar futebol ou brincar com carrinhos, talvez eu fique muito feliz por ser incluído. Eu sou melhor em brincadeiras que tenham atividades com estrutura começo-meio-fim. Não sei como "LER" expressão facial, linguagem corporal ou emoções de outras pessoas. Agradeço se você me ensinar como devo responder socialmente. Exemplo: Se eu rir quando Sandra cair do escorregador não é que eu ache engraçado. É que eu não sei como agir socialmente. Ensine-me a dizer: "você esta bem?".
9)Tente encontrar o que provoca a minha perda de controle.
Perda de controle, "chilique", birra, mal-criação, escândalo, como você quiser chamar, eles são mais horríveis para mim do que para você. Eles acontecem porque um ou mais dos meus sentidos foi estimulado ao extremo. Se você conseguir descobrir o que causa a minha perda de controle, isso poderá ser prevenido - ou até evitado. Mantenha um diário de horas, lugares pessoas e atividades. Você encontrar uma seqüência pode parecer difícil no começo, mas, com certeza, vai conseguir. Tente lembrar que todo comportamento é uma forma de comunicação. Isso dirá a você o que as minhas palavras não podem dizer: como eu sinto o meu ambiente e o que está acontecendo dentro dele.
10)Se você é um membro da família me ame sem nenhuma condição.
Elimine pensamentos como "Se ele pelo menos pudesse…" ou "Porque ele não pode…" Você não conseguiu atender a todas as expectativas que os seus pais tinham para você e você não gostaria de ser sempre lembrado disso. Eu não escolhi ser autista. Mas lembre-se que isto está acontecendo comigo e não com você. Sem a sua ajuda a minha chance de alcançar uma vida adulta digna será pequena. Com o seu suporte e guia, a possibilidade é maior do que você pensa. Eu prometo: EU VALHO A PENA.
E, finalmente três palavras mágicas: Paciência, Paciência, Paciência. Ajuda a ver o meu autismo como uma habilidade diferente e não uma desabilidade. Olhe por cima do que você acha que seja uma limitação e veja o presente que o autismo me deu. Talvez seja verdade que eu não seja bom no contato olho no olho e conversas, mas você notou que eu não minto, roubo em jogos, fofoco com as colegas de classe ou julgo outras pessoas? É verdade que eu não vou ser um Ronaldinho "Fenômeno" do futebol. Mas, com a minha capacidade de prestar atenção e de concentração no que me interessa, eu posso ser o próximo Einstein, Mozart ou Van Gogh. Eles também tinham autismo, uma possível resposta para alzaheim o enigma da vida extraterrestre -
O que o futuro tem guardado para crianças autistas como eu, está no próprio futuro. Tudo que eu posso ser não vai acontecer sem você sendo a minha Base. Pense sobre estas "regras" sociais e se elas não fazem sentido para mim, deixe de lado. Seja o meu protetor seja o meu amigo e nós vamos ver ate onde eu posso ir.
CONTO COM VOCÊ!!!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Illuminatti

Os Illuminatti da Bavária
Se você curte ficção científica, gosta de RPG ou é afeito a teorias conspiratórias em geral, certamente já ouviu falar nos Iluminatti. Fundada em 1776, na Bavária, por Adam Weishaupt, a Ordem dos Iluminatti tornou-se o protótipo da sociedade secreta disposta a dominar o mundo e inspirou uma trilogia alucinante e alucinada de Robert Anton Wilson que, por sua vez, serviu de inspiração a um RPG criado por Nigel D. Findley. A imagem popular dos Iluminatti como personagens sinistros, ocultos nas sombras e manipulando os acontecimentos com uma influência sutil e pervasiva, porém, está muito longe da realidade e surgiu, de fato, da pena fantasiosa de autores de direita, que viam nas propostas libertárias de Weishaupt uma ameaça ao status quo e fizeram o possível para desacreditá-lo junto ao público. Foi assim que Weishaupt, um estudante de jurisprudência apaixonado pelo iluminismo e pelos romances libertinos franceses, e dedicado ao propósito de "aperfeiçoar e enobrecer a humanidade", transformou-se em uma espécie de Fu Manchu avant la lettre. Muito pelo contrário, a criação dos Iluminatti da Bavária marca uma das raras ocasiões em que as duas grandes tendências históricas nascidas do movimento gnóstico - o esoterismo e o anarquismo - tornaram a se encontrar.

Teologia negativa e exercícios espirituais. - Nascido em 1748, em Ingolstadt, Adam Weishaupt foi criado pelos jesuítas até completar 15 anos, quando entrou para uma faculdade de direito, onde se formou e, aos 24 anos, tornou-se professor de jurisprudência. Quatro anos mais tarde, à frente de um grupo de doze pessoas que denominavam a si mesmas de Areopagitas, Weishaupt criou uma sociedade secreta, batizada inicialmente de Perfeccionistas, devido a seu propósito de buscar o aperfeiçoamento do ser humano. Para eles, esse aperfeiçoamento passava pela ênfase no livre-arbítrio e no uso da razão, que Weishaupt tomou dos Iluministas franceses, bem como pela obtenção da Iluminação espiritual que está no coração de todas essas religiões. Por esse motivo, não demorou muito para que a ordem fosse rebatizada como os Iluminatti, termo que traduzia o duplo significado - filosófico e místico - da iluminação.
O sentido místico dessa iluminação já estava presente no nome Areopagitas, referência a Dionísio, o Areopagita, a quem é atribuída a autoria de uma das obras fundamentais do misticismo cristão, De Mystica Theologia. Nesse livro, o pseudo-Dionísio (já que a obra é considerada apócrifa pelos especialistas) desenvolve a idéia de que Deus é a Suprema Realidade que, como tal, pode apenas ser experimentada, mas não descrita, já que Deus é infinito e a nossa linguagem, finita. Todas as descrições do divino, todos os atributos que lhe são adjudicados, até mesmo aqueles que se encontram nas Escrituras, são apenas aproximações, que devem ser abandonadas quando, por meio de uma longa disciplina espiritual, a alma se eleva acima das realidades transitórias deste mundo e torna-se capaz de contemplar Deus diretamente. Essa abordagem, que remonta ao gnosticismo valentiniano e encontra paralelos nas religiões orientais, na cabala judaica e em quase todas as correntes do misticismo, é conhecida como teologia negativa.
Os iluministas franceses, por sua vez, eram ou ateus declarados, como Diderot, ou teístas como Voltaire, que defendiam uma concepção racional de Deus, segundo a qual este se igualava às leis da Natureza. Teoricamente, nada poderia estar mais distante da teologia negativa do que isso. Mas para Weishaupt, talvez por sua educação jesuíta, as duas tendências não só podiam ser conciliadas como, de fato, eram complementares. De fato, a Companhia de Jesus nasceu de uma experiência mística sofrida pelo soldado espanhol Iñigo de Loyola que, depois de sua conversão, adotaria o nome de Ignácio e seria canonizado pela Igreja. Santo Ignácio, no entanto, tinha uma mente analítica e tratou de sistematizar uma técnica mediante a qual, por meio de uma série de práticas regradas e visualizações dirigidas, qualquer um poderia chegar a uma experiência semelhante à dele. Nasciam assim os Exercícios Espirituais, um verdadeiro sistema ocidental de ioga, que ninguém menos do que Israel Regardie - um dos grandes responsáveis pelo renascimento da magia cerimonial no século XX - considerava uma ferramenta essencial para treinar a imaginação na prática da magia.
Embora não existam registros históricos - até porque, no que tange a essa ordem, todas as informações são vagas e nebulosas -, é razoável supor que Weishaupt tenha adotado os Exercícios Espirituais como parte da prática dos Iluminatti.
Maçonaria. - Além dos jesuítas, iluministas e místicos cristãos, outra influência de peso nas idéias de Weishaupt foi a Maçonaria. Surgida a partir das guildas de construtores da Idade Média - que evoluíram do gnosticismo, do qual conservaram boa parte do simbolismo e das doutrinas -, a Maçonaria era, no século XVIII, uma ordem comprometida com os mesmos ideais de Weishaupt e desempenhou um papel fundamental na Revolução Francesa e nas lutas pela independência das colônias americanas. Praticamente todos os founding fathers dos Estados Unidos, inclusive George Washington e Thomas Jefferson, eram maçons e é por isso que, até hoje, as notas de dólar trazem um selo com o Olho que Tudo Vê pairando sobre uma pirâmide. O olho luminoso inscrito num triângulo é um símbolo maçônico de Deus e a pirâmide representa, entre outras coisas, a identidade última do espírito (o triângulo) e da matéria (quadrado).
Dos maçons, Weishaupt pegou emprestada a estrutura da organização, dividida em vários graus, aos quais os membros iam ascendendo por uma série de iniciações sucessivas. Foi de lá também que veio a idéia de sinais de identificação, senhas e apertos de mão secretos pelos quais os Iluminatti identificavam uns aos outros em público. É possível que boa parte do simbolismo gnóstico-alquímico da Maçonaria também tenha sido absorvido por Weishaupt, que se tornou maçon em 1777, um ano após a criação dos Iluminatti, possivelmente com o objetivo de usar essa sociedade secreta a fim de recrutar novos membros para sua própria ordem.
Com ou sem a ajuda da Maçonaria, o fato é que os Iluminatti cresceram e se estenderam para outros países, conquistando adeptos entre a nobreza européia e inclusive dentro do clero. E foi aí que os problemas começaram.
O Fim dos Iluminatti. - O século XVIII foi um período de grandes turbulências políticas e sociais. A revolução burguesa avançava a pleno vapor, substituindo os nobres como classe dominante e solapando os governos e instituições que tinham na nobreza o seu ponto de apoio. Nesse clima, é óbvio que nem a Igreja nem o Estado viam as sociedades secretas com bons olhos, mesmo que - ou até porque - muitos de seus membros fossem filiados a grupos ocultistas. Foi um desses agentes duplos, o Pe. Cosandey, que a Igreja resolveu espremer em 1785 para descobrir tudo o que pudesse sobre os Iluminatti. E Cosandey não se fez de rogado. Não se sabe o quanto de seu depoimento correspondia à realidade e o quanto era uma fantasia destinada a dar a seus inquisidores o que eles queriam ouvir.
Seja como for, Cosandey contou histórias de arrepiar os cabelos dos padres. Falou sobre as orgias praticadas pelo círculo interno da ordem - os Areopagitas originais - e declarou que eles eram, ou pretendiam ser, imortais. De acordo com Cosandey, os Iluminatti haviam tomado a Maçonaria e outras ordens similares, que não passavam de cobertura para os planos de Weishaupt, e pretendiam fazer a mesma coisa com a Igreja. Era o pretexto de que as autoridades eclesiásticas precisavam para mover uma perseguição sem tréguas aos Iluminatti.
A situação agravou ainda mais os crescentes conflitos entre os Areopagitas. Um ano antes das revelações do Pe. Cosandey, o Barão von Knigge, que era o encarregado de recrutar novos membros entre a nobreza e o clero, desligou-se dos Iluminatti depois de se desentender com Weishaupt. Seu exemplo foi seguido por outros e, de repente, as ruas da Bavária se viram inundadas com panfletos difamando Weishaupt e a sociedade que ele havia criado. Com base nessas acusações, o governo bávaro colocou todas as sociedades secretas na ilegalidade. Recrutar novos membros tornou-se um crime capital, punido com a decapitação, e os principais integrantes, entre os quais o próprio Weishaupt, foram exilados depois de terem seus bens expropriados pelo Estado.
Mais tarde, essas medidas foram abrandadas, os exilados tiveram suas penas comutadas e puderam voltar para casa - com exceção de Weishaupt, que morreria no exílio em 1830. A pressão fez com que a ordem fosse minguando, até sair da vida para entrar na história. Exceto, claro, para os teóricos da conspiração. Segundo eles, os Iluminatti apenas simularam seu desaparecimento para escapar à perseguição e continuariam até hoje como eminência parda por trás de cada acontecimento suspeito no mundo. Para eles, não é coincidência que o Dia Internacional do Trabalho ainda seja comemorado na mesma data em que os Iluminatti foram fundados: 1º de maio.
A iluminação universal. - Mas, afinal de contas, o que os Iluminatti pregavam de tão subversivo, para que tenham se transformado no bicho-papão absoluto dos paranóicos de direita? A resposta é: a mesma coisa, nem mais, nem menos, que algumas décadas depois se tornaria o núcleo do pensamento anarquista. "O Homem não é mau a menos que seja levado a isso por uma moralidade arbitrária", declarava Weishaupt, traindo Rousseau como sua leitura de cabeceira. "Ele é mau porque a religião, o Estado e os maus exemplos o pervertem. Quando, finalmente, a razão se tornar a religião do Homem, este problema estará resolvido."
Parece uma declaração mais do que razoável, assim como a profissão de fé antipatriótica dos Iluminatti, para os quais "o nacionalismo é uma prisão" e "o patriotismo é um obstáculo à solidariedade entre os homens". Não seriam as vítimas de cada genocídio jamais perpetrado desde a aurora dos tempos que estariam em condições de discordar.
Na visão dos Areopagitas, o nacionalismo, assim como as crenças da religião organizada, o próprio Estado, a família e a propriedade privada, não passam de instrumentos de manipulação criados para manter a humanidade numa condição de perpétua ignorância: "As pessoas são crianças crescidas, que deveriam ser libertadas da tutela dos reis e dos príncipes."
Em outras palavras, a meta dos Iluminatti era uma sociedade sem classes, sem estado e sem fronteiras. Para atingir esse objetivo, era preciso, antes de mais nada, libertar o ser humano dos condicionamentos impostos pelos donos do poder. E é aí que entrava a Iluminação, entendida ao mesmo tempo como uma emancipação filosófica e uma transformação espiritual: "A iluminação universal torna as nações e os governantes supérfluos."
Nada poderia ser mais ofensivo aos donos do poder do que essa proposta. Nada poderia ser mais assustador para os que cresceram acreditando que os Pais da Pátria devem tomar todas as decisões por nós. Nada poderia ser mais ameaçador para todos os pequenos e grandes tiranos, que se aproveitam da dependência artificial imposta à humanidade a fim de construírem seus feudos e alimentarem seus lucros. Nada poderia incomodar mais aos autoproclamados vigários de Deus na Terra, para os quais Deus não é o nome de uma realidade incompreensível, acessível apenas mediante a Iluminação, mas um soberano celeste ciumento e vingativo, do qual alegam emanar a autoridade que exercem.
Contrariando tantos interesses, não é de admirar que os Iluminatti fossem demonizados por seus adversários. O que causa espanto é que, para isso, estes tenham projetado sobre Weishaupt e seus Areopagitas uma caricatura não do que eram os Iluminatti, mas dos monstros ávidos de poder que eles próprios são

domingo, 25 de janeiro de 2009

Estafilococos



Bactéria que é um Desafio Constante para a Medicina


Os estafilococos são bactérias esféricas, que formam colônias de células aderidas umas às outras, ora encadeadas, aos pares ou formando correntes, ora agrupadas em forma de cachos, o que deu origem a seu nome. A palavra staphyle, de origem grega, significa cacho de uvas.

Este é o formato das colônias de Staphylococcus aureus, segundo a infectologista e também presidente da Associação Brasileira de Profissionais em Controle de Infecções e Epidemiologia Hospitalar, Dra. Adélia Aparecida Marçal dos Santos, espécie mais freqüentemente envolvida nas infecções estafilocócicas agudas em humanos.

Estes seres invisíveis, medindo de 0,5 a 1,5 micra, têm sido um dos maiores desafios da humanidade. Algumas formas de doenças, hoje sabidamente provocadas por estes germes, são relatadas em textos tão antigos quanto os da Bíblia. A sexta, das dez pragas infligidas aos Egípcios, foi descrita como uma doença que provocava tumores e chagas nos homens e nos animais (Êxodus 9:8-12), semelhante às manifestações de infecções estafilocócias na pele, cita a especialista.

Embora presentes no ambiente e causando doenças desde os tempos antigos, os estafilococos só foram relacionados a doenças supurativas a partir de 1882, quando o Dr. Ogston - um estudioso, demonstrou a presença sistemática dos minúsculos cocos nas secreções das feridas cirúrgicas infectadas. Mas de onde vêm estas criaturas? Os estafilococos estão presentes na água, no solo e em alimentos derivados de animais, como ovos, carne de animais e de aves, leite e seus derivados.

Apesar de sobreviverem em diversos ambientes, eles habitam principalmente a pele e mucosas de mamíferos e aves. Podem também estar presentes no trato respiratório, urinário e gastro-intestinal e o seu principal reservatório são as narinas, responde a médica.

Cerca de 30% dos indivíduos, mesmo sadios, podem portar estes microorganismos em suas narinas. Um percentual menor abriga estes microorganismos em outros locais do corpo como axilas, região inguinal, períneo e vagina. Alguns pacientes podem abrigar uma carga ainda maior destes microorganismos, devido ao funcionamento deficiente de seus sistemas de defesa.

São exemplos os pacientes diabéticos dependentes de insulina, aqueles submetidos a tratamentos dialíticos e os portadores de doenças de pele descamativas.

A flora de uma pessoa pode ser alterada durante sua hospitalização, principalmente devido ao uso de antibióticos e a maior concentração de pessoas doentes. No ambiente hospitalar, a transmissão destes microorganismos, de indivíduos colonizados ou infectados para outros que não são portadores, pode ocorrer através das mãos dos profissionais contaminadas por esta bactéria.

O ambiente também pode abrigar estes microorganismos, embora seja uma fonte de contaminação menos importante na cadeia de transmissões das infecções. Os móveis e roupas podem ser contaminados a partir de secreções de feridas ou gotículas de tosse e espirros. Os estafilococos podem sobreviver durante horas nas superfícies dos objetos.

Dos locais onde se fixam e colonizam, os estafilococos são transferidos para a pele e podem provocar infecções a partir de cortes, escoriações, picadas de insetos etc. A maioria das infecções estafilocócicas, quer sejam comunitárias ou hospitalares, têm como fonte o próprio indivíduo.

Infecções

Dra. Adélia Marçal explica que os estafilococos estão geralmente mais envolvidos em infecções de pele superficiais e profundas, podendo atingir os tecidos subcutâneos e musculatura. Quando ocorre uma quebra na barreira da pele, cria-se a oportunidade para a agressão.

A resposta do sistema de defesa resulta no surgimento dos fenômenos vasomotores que irão gerar calor, tumoração, dor no local e produção de pus. Também podem provocar conjuntivites, pneumonias, meningites, endocardites e mesmo infecções da corrente sangüínea, a septicemia, ou provocar uma doença generalizada, envolvendo vários órgãos.

As doenças infecciosas podem ser muito semelhantes, mas algumas características são marcantes naquelas produzidas pelos estafilococos. A presença de febre alta e o comprometimento importante do estado geral, com alterações extensas nos exames radiológicos falam a favor de pneumonia estafilocócica. Infecções de pele com presença de bolhas e pus também são características destes agentes.

As características da infecção podem oferecer informações importantes para o diagnóstico relacionado ao agente etiológico, porém, apenas com o estudo microbiológico de tecidos, secreções, sangue ou artigos médico-hospitalares provenientes do local infectado é que poderemos ter certeza do envolvimento destes microorganismos. Os estudos microbiológicos devem isolar o microorganismo em culturas, identificando sua espécie e os antibióticos aos quais é sensível.

Tratamento das Infecções

O tratamento das doenças envolvendo os estafilococos teve início com a descoberta da penicilina e seu uso em escala industrial, no começo da década de quarenta. Estes microorganismos, entretanto, possuem uma incrível habilidade de adaptação e logo conseguiram desenvolver mecanismos próprios, produzindo enzimas que destruíam as penicilinas e anulavam seus efeitos nocivos.

Começava a corrida entre a indústria farmacêutica, na busca por novas substâncias mortais, e os microorganismos, na luta pela sobrevivência. Hoje, existem diversos medicamentos, acrescenta a especialista, que podem ser usados no tratamento das infecções estafilocócicas. Alguns possuem maior poder bactericida sobre estes cocos, devendo ser a primeira escolha para infecções mais graves.

“É o caso das penicilinas resistentes às enzimas produzidas por estas bactérias, a nafcilina, ou a oxacilina, esta última mais utilizada no Brasil”. Entretanto, com o uso indiscriminado destas drogas, criando uma pressão de seleção de bactérias resistentes e induzindo o desenvolvimento de mecanismos de resistência, fica cada vez mais difícil combater estas doenças, comenta.

Há alguns anos surgiram os primeiros casos de estafilococos resistentes ao que denominávamos a última esperança de tratamento. Apesar de mais tóxica ao ser humano, mais cara e com disponibilidade apenas para a administração endovenosa, a vancomicina, medicamento da classe dos glicopeptídeos, possuía até então a capacidade de exterminar todos os estafilococos.

Com casos de resistência descritos no Japão, Estados Unidos e mesmo no Brasil, a expectativa é de que, em um futuro mais próximo do que imaginamos, este medicamento não seja mais tão seguro para o tratamento das infecções resistentes à oxacilina.

Dra. Adélia comenta ainda que neste contexto de bactérias super resistentes, recebemos com um misto de euforia e apreensão a divulgação da disponibilização no Brasil de uma nova droga, que chega como uma alternativa para o tratamento das estafilococcias.

Após 35 anos sem desenvolver uma classe nova de antibióticos, a indústria farmacêutica apresentou este ano a linezolida, substância capaz de interromper o metabolismo protéico dos estafilococos, inibindo seu crescimento e até provocando sua morte.

A disponibilidade deste medicamento tanto na forma endovenosa, como oral irá facilitar seu uso mesmo em infecções de menor importância. Para a médica, a ausência de uma política rígida de controle da venda e distribuição dos antibióticos pode levar ao uso indiscriminado destes medicamentos, mais uma vez facilitando o desenvolvimento de resistência e a perda da possibilidade terapêutica para as doenças mais graves causadas pelos estafilococos.

Nesta corrida pela sobrevivência, estamos bilhões de anos atrasados e menos adaptados que as bactérias. “Na visão dos epidemiologistas, a promoção da saúde como um todo, com uso de antibióticos apenas quando necessário, sempre através da prescrição médica, pode permitir o uso dos antibióticos por mais tempo, evitando o desenvolvimento da resistência”.

A melhoria das condições de higiene e a prevenção da transmissão destes microorganismos na comunidade e no meio hospitalar, através de uma atitude simples como a higienização das mãos, podem reduzir drasticamente a transmissão destas infecções.

Cabe a cada um de nós adotar estas práticas preventivas em nosso dia-a-dia, protegendo a nós mesmos e ao nosso ecossistema”, finaliza a epidemiologista.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Transtorno bipolar

É um distúrbio caracterizado pela alternância de humor, que surge, em geral, no fim da adolescência ou no início da vida adulta. O paciente intercala períodos de extrema euforia, outros de grande depressão e fases de normalidade. Com o passar dos anos, os episódios passam a ter intervalos cada vez menores. Há ainda casos em que o indivíduo apresenta apenas um episódio durante toda a vida. A principal característica da bipolaridade, presente nos momentos de euforia, é a elevação espontânea do humor. O professor de Psiquiatria e Bioquímica da PUC-RS dr. Diogo Lara informa que o indivíduo fica com muita energia, confiança e sensação de poder, podendo cometer excessos em compras ou em busca de prazer. “O pensamento acelera e a pessoa fica expansiva, desinibida e às vezes irritável, agressiva ou prepotente. Essa alteração do humor pode chegar a extremos de grande exposição a riscos”. O especialista alerta que muitos cometem atos impulsivos e inconseqüentes. Existem alguns que não percebem que tal comportamento é decorrente de uma alteração de humor. “Fases depressivas, em geral com excesso de sono, também são comuns e se alternam com outras de humor exaltado”.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
É muito difícil para o paciente perceber sozinho que seus períodos de excitação e euforia são uma alteração. Eles só procuram tratamento em fases depressivas, ou chegam a emergências psiquiátricas por fases eufóricas intensas. Segundo dr. Diogo, nos pacientes com bipolaridade leve, a confusão para o diagnóstico é ainda maior. “A predominância de euforias leves pode ser diagnosticada como déficit de atenção e hiperatividade. O uso de medicação sem orientação médica também dificulta a identificação do problema”. Quando o paciente procura auxílio médico especializado e o diagnóstico é confirmado, o tratamento é indicado apenas se a alteração do humor prejudica de forma objetiva ou subjetiva. “Os remédios são eficazes, chamam estabilizadores de humor. Os mais modernos são eficazes para os dois pólos do transtorno, outros funcionam melhor nas fases depressivas, embora não se tratem de antidepressivos”. O tratamento não deve ser interrompido, salvo por orientação médica. Por esse motivo, o especialista alerta sobre a importância da participação não apenas do paciente, mas também de seus familiares. “É relevante que todos conheçam bem as características do transtorno para controlá-lo melhor e para que o tratamento não seja interrompido, o que fatalmente levará a novos episódios de euforia e depressão”.
Fonte: www.jornaldimensao.com.br/?id=26&ed=480

Transtorno afetivo bipolar

O que é?
O transtorno afetivo bipolar era denominado até bem pouco tempo de psicose maníaco-depressiva. Esse nome foi abandonado principalmente porque este transtorno não apresenta necessariamente sintomas psicóticos, na verdade, na maioria das vezes esses sintomas não aparecem. Os transtornos afetivos não estão com sua classificação terminada. Provavelmente nos próximos anos surgirão novos subtipos de transtornos afetivos, melhorando a precisão dos diagnósticos. Por enquanto basta-nos compreender o que vem a ser o transtorno bipolar. Com a mudança de nome esse transtorno deixou de ser considerado uma perturbação psicótica para ser considerado uma perturbação afetiva. A alternância de estados depressivos com maníacos é a tônica dessa patologia. Muitas vezes o diagnóstico correto só será feito depois de muitos anos. Uma pessoa que tenha uma fase depressiva, receba o diagnóstico de depressão e dez anos depois apresente um episódio maníaco tem na verdade o transtorno bipolar, mas até que a mania surgisse não era possível conhecer diagnóstico verdadeiro. O termo mania é popularmente entendido como tendência a fazer várias vezes a mesma coisa. Mania em psiquiatria significa um estado exaltado de humor que será descrito mais detalhadamente adiante. A depressão do transtorno bipolar é igual a depressão recorrente que só se apresenta como depressão, mas uma
Características
O início desse transtorno geralmente se dá em torno dos 20 a 30 anos de idade, mas pode começar mesmo após os 70 anos. O início pode ser tanto pela fase depressiva como pela fase maníaca, iniciando gradualmente ao longo de semanas, meses ou abruptamente em poucos dias, já com sintomas psicóticos o que muitas vezes confunde com síndromes psicóticas. Além dos quadros depressivos e maníacos, há também os quadros mistos (sintomas depressivos simultâneos aos maníacos) o que muitas vezes confunde os médicos retardando o diagnóstico da fase em atividade.
Tipos
Aceita-se a divisão do transtorno afetivo bipolar em dois tipos: o tipo I e o tipo II.
O tipo I é a forma clássica em que o paciente apresenta os episódios de mania alternados com os depressivos. As fases maníacas não precisam necessariamente ser seguidas por fases depressivas, nem as depressivas por maníacas. Na prática observa-se muito mais uma tendência dos pacientes a fazerem várias crises de um tipo e poucas do outro, há pacientes bipolares que nunca fizeram fases depressivas e há deprimidos que só tiveram uma fase maníaca enquanto as depressivas foram numerosas.
O tipo II caracteriza-se por não apresentar episódios de mania, mas de hipomania com depressão. Outros tipos foram propostos por Akiskal, mas não ganharam ampla aceitação pela comunidade psiquiátrica. Akiskal enumerou seis tipos de distúrbios bipolares.
Fase maníaca
Tipicamente leva uma a duas semanas para começar e quando não tratado pode durar meses. O estado de humor está elevado podendo isso significar uma alegria contagiante ou uma irritação agressiva. Junto a essa elevação encontram-se alguns outros sintomas como elevação da auto-estima, sentimentos de grandiosidade podendo chegar a manifestação delirante de grandeza considerando-se uma pessoa especial, dotada de poderes e capacidades únicas como telepáticas por exemplo. Aumento da atividade motora apresentando grande vigor físico e apesar disso com uma diminuição da necessidade de sono. O paciente apresenta uma forte pressão para falar ininterruptamente, as idéias correm rapidamente a ponto de não concluir o que começou e ficar sempre emendando uma idéia não concluída em outra sucessivamente: a isto denominamos fuga-de-idéias.. O paciente apresenta uma elevação da percepção de estímulos externos levando-o a distrair-se constantemente com pequenos ou insignificantes acontecimentos alheios à conversa em andamento. Aumento do interesse e da atividade sexual. Perda da consciência a respeito de sua própria condição patológica, tornando-se uma pessoa socialmente inconveniente ou insuportável. Envolvimento em atividades potencialmente perigosas sem manifestar preocupação com isso. Podem surgir sintomas psicóticos típicos da esquizofrenia o que não significa uma mudança de diagnóstico, mas mostra um quadro mais grave quando isso acontece.
Fase depressiva
É de certa forma o oposto da fase maníaca, o humor está depressivo, a auto-estima em baixa com sentimentos de inferioridade, a capacidade física esta comprometida, pois a sensação de cansaço é constante. As idéias fluem com lentidão e dificuldade, a atenção é difícil de ser mantida e o interesse pelas coisas em geral é perdido bem como o prazer na realização daquilo que antes era agradável. Nessa fase o sono também está diminuído, mas ao contrário da fase maníaca, não é um sono que satisfaça ou descanse, uma vez que o paciente acorda indisposto. Quando não tratada a fase maníaca pode durar meses também.
Exemplo de como um paciente se sente... Ele se sente bem, realmente bem..., na verdade quase invencível. Ele se sente como não tendo limites para suas capacidades e energia. Poderia até passar dias sem dormir. Ele está cheio de idéias, planos, conquistas e se sentiria muito frustrado se a incapacidade dos outros não o deixasse ir além. Ele mal consegue acabar de expressar uma idéia e já está falando de outra numa lista interminável de novos assuntos. Em alguns momentos ele se aborrece para valer, não se intimida com qualquer forma de cerceamento ou ameaça, não reconhece qualquer forma de autoridade ou posição superior a sua. Com a mesma rapidez com que se zanga, esquece o ocorrido negativo como se nunca tivesse acontecido nada. As coisas que antes não o interessava mais lhe causam agora prazer; mesmo as pessoas com quem não tinha bom relacionamento são para ele amistosas e bondosas.
Sintomas (maníacos):
Sentimento de estar no topo do mundo com um alegria e bem estar inabaláveis, nem mesmo más notícias, tragédias ou acontecimentos horríveis diretamente ligados ao paciente podem abalar o estado de humor. Nessa fase o paciente literalmente ri da própria desgraça. Sentimento de grandeza, o indivíduo imagina que é especial ou possui habilidades especiais, é capaz de considerar-se um escolhido por Deus, uma celebridade, um líder político. Inicialmente quando os sintomas ainda não se aprofundaram o paciente sente-se como se fosse ou pudesse ser uma grande personalidade; com o aprofundamento do quadro esta idéia torna-se uma convicção delirante. Sente-se invencível, acham que nada poderá detê-las.
Hiperatividade, os pacientes nessa fase não conseguem ficar parados, sentados por mais do que alguns minutos ou relaxar. O senso de perigo fica comprometido, e envolve-se em atividade que apresentam tanto risco para integridade física como patrimonial. O comportamento sexual fica excessivamente desinibido e mesmo promíscuo tendo numerosos parceiros num curto espaço de tempo. Os pensamentos correm de forma incontrolável para o próprio paciente, para quem olha de fora a grande confusão de idéias na verdade constitui-se na interrupção de temas antes de terem sido completados para iniciar outro que por sua vez também não é terminado e assim sucessivamente numa fuga de idéias. A maneira de falar geralmente se dá em tom de voz elevado, cantar é um gesto freqüente nesses pacientes. A necessidade de sono nessa fase é menor, com poucas horas o paciente se restabelece e fica durante todo o dia e quase toda a noite em hiperatividade. Mesmo estando alegre, explosões de raiva podem acontecer, geralmente provocadas por algum motivo externo, mas da mesma forma como aparece se desfaz.
A fase depressiva. Na fase depressiva ocorre o posto da fase maníaca, o paciente fica com sentimentos irrealistas de tristeza, desespero e auto-estima baixa. Não se interessa pelo que costumava gostar ou ter prazer, cansa-se à-toa, tem pouca energia para suas atividades habituais, também tem dificuldade para dormir, sente falta do sono e tende a permanecer na cama por várias horas. O começo do dia (a manhã) costuma ser a pior parte do dia para os deprimidos porque eles sabem que terão um longo dia pela frente. Apresenta dificuldade em concentrar-se no que faz e os pensamentos ficam inibidos, lentificados, faltam idéias ou demoram a ser compreendidas e assimiladas. Da mesma forma a memória também fica prejudicada. Os pensamentos costumam ser negativos, sempre em torno de morte ou doença. O apetite fica inibido e pode ter perda significativa de peso.
Generalidades: Entre uma fase e outra a pessoa pode ser normal, tendo uma vida como outra pessoa qualquer; outras pessoas podem apresentar leves sintomas entre as fases, não alcançando uma recuperação plena. Há também os pacientes, uma minoria, que não se recuperam, tornando-se incapazes de levar uma vida normal e independente.
A denominação "Transtorno Afetivo Bipolar é adequada?" Até certo ponto sim, mas o nome supõe que os pacientes tenham duas fases, mas nem sempre isso é observado. Há pacientes que só apresentam fases de mania, de exaltação do humor, e mesmo assim são diagnosticados como bipolares. O termo mania popularmente falando não se aplica a esse transtorno. Mania tecnicamente falando em psiquiatria significa apenas exaltação do humor, estado patológico de alegria e exaltação injustificada. O transtorno de personalidade, especialmente o borderline pode em alguns momentos se confundir com o transtorno afetivo bipolar. Essa diferenciação é essencial porque a conduta com esses transtornos é bastante diferente.
Qual a causa da doença?
A causa propriamente dita é desconhecida, mas há fatores que influenciam ou que precipitem seu surgimento como parentes que apresentem esse problema, traumas, incidentes ou acontecimentos fortes como mudanças, troca de emprego, fim de casamento, morte de pessoa querida. Em aproximadamente 80 a 90% dos casos os pacientes apresentam algum parente na família com transtorno bipolar.
Ref. Bibliograf: Liv 01 Liv 19 Liv 03 Liv 17 Liv 13 Psychiatry Research 2001; 103: 229-235Age of Onset of Bipolar II Derpessive Mixed StateFranco Benazzi
Fonte: www.psicosite.com.br/tra/hum/bipolar.htm