É um distúrbio caracterizado pela alternância de humor, que surge, em geral, no fim da adolescência ou no início da vida adulta. O paciente intercala períodos de extrema euforia, outros de grande depressão e fases de normalidade. Com o passar dos anos, os episódios passam a ter intervalos cada vez menores. Há ainda casos em que o indivíduo apresenta apenas um episódio durante toda a vida. A principal característica da bipolaridade, presente nos momentos de euforia, é a elevação espontânea do humor. O professor de Psiquiatria e Bioquímica da PUC-RS dr. Diogo Lara informa que o indivíduo fica com muita energia, confiança e sensação de poder, podendo cometer excessos em compras ou em busca de prazer. “O pensamento acelera e a pessoa fica expansiva, desinibida e às vezes irritável, agressiva ou prepotente. Essa alteração do humor pode chegar a extremos de grande exposição a riscos”. O especialista alerta que muitos cometem atos impulsivos e inconseqüentes. Existem alguns que não percebem que tal comportamento é decorrente de uma alteração de humor. “Fases depressivas, em geral com excesso de sono, também são comuns e se alternam com outras de humor exaltado”.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
É muito difícil para o paciente perceber sozinho que seus períodos de excitação e euforia são uma alteração. Eles só procuram tratamento em fases depressivas, ou chegam a emergências psiquiátricas por fases eufóricas intensas. Segundo dr. Diogo, nos pacientes com bipolaridade leve, a confusão para o diagnóstico é ainda maior. “A predominância de euforias leves pode ser diagnosticada como déficit de atenção e hiperatividade. O uso de medicação sem orientação médica também dificulta a identificação do problema”. Quando o paciente procura auxílio médico especializado e o diagnóstico é confirmado, o tratamento é indicado apenas se a alteração do humor prejudica de forma objetiva ou subjetiva. “Os remédios são eficazes, chamam estabilizadores de humor. Os mais modernos são eficazes para os dois pólos do transtorno, outros funcionam melhor nas fases depressivas, embora não se tratem de antidepressivos”. O tratamento não deve ser interrompido, salvo por orientação médica. Por esse motivo, o especialista alerta sobre a importância da participação não apenas do paciente, mas também de seus familiares. “É relevante que todos conheçam bem as características do transtorno para controlá-lo melhor e para que o tratamento não seja interrompido, o que fatalmente levará a novos episódios de euforia e depressão”.
Fonte: www.jornaldimensao.com.br/?id=26&ed=480
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